«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

26
Mar 09
No século XXI o matrimónio parece que não está de moda, e mais ainda, diz-se às vezes que é o túmulo amor e para contrastar essa tendência realizou-se no Auditório do Instituto João Paulo II da Universidade Lateranense de Roma o congresso Internacional sobre “O Matrimónio segundo o Apostolo Paulo”.
 
Em pleno ano jubilar paulino foram tratados temas como o matrimónio na sociedade em que vivemos, o cansaço entre os esposos, o amor e a subordinação na relação do casal. Os escritos de São Paulo continuam sendo textos antiquíssimos porém com uma actualidade que perdura com os séculos. E com ideias positivas.
 
Actualmente a percentagem de divórcios aumentou consideravelmente, em alguns lugares são muito poucos os matrimónios que se celebram e os jovens já não buscam um “Sim eu quero” para toda a vida. Algo está mudando.
 
“Trata-se de textos que inspirados pelo Espírito Santo e custodiados e vividos pela Igreja, nos chegam como o testemunho de uma verdade profunda, toda ela válida ainda hoje, que é uma mensagem permanente para cada cristão”.
 
“Continuamente existem mensagens que fazem crer que a vida humana é solitária ou que está em contínua mudança. Muda-se o casal, muda a situação e em relação à antiga questão segundo a qual o matrimónio é o túmulo do amor, hoje se vai mais além e é muito pior. As mesmas imagens publicitárias não apresentam nunca famílias. Os filmes não apresentam nunca famílias normais. A televisão mostra tudo o contrário do que normal. Assim creio que esta atmosfera tão negativa e deprimente, realmente tem um peso nas pessoas inclusive naquelas que começam com as melhores intenções. Porque logo chega a primeira dificuldade, e dificuldades se têm sempre, e se crê que a solução é aquela que todos propõem”.
 
“Em primeiro lugar se deve aceitar o outro como ele é, porque certas vezes no início matrimónio talvez se diz porém não importa. Se têm coisas que eu não gosto no outro, mudará, ou, eu poderia fazer com que mude. Em troca se tem que aceitar realmente o outro como ele é”.
 
“Creio no facto de perdoar o outro pelas coisas que me feriram, que me machucaram, isso permite sempre recomeçar desde o princípio, e o fato do sacramento e da reconciliação, de receber este perdão de Deus me ajuda depois também a perdoar o meu marido”.
 
 
 
(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)
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2. A Igreja-Família de Deus e a “diaconia”
 
Uma Igreja-Família Serva
 
40. Ao convite de Jesus Cristo, o Mestre, a comunidade dos seus discípulos, que é a Igreja, tornou-se uma Família de filhos e filhas do Pai (cf. Mt 5,16.45.48; 6,26.32; 7,11). O amor, tal como é vivido pelo Filho único, torna-se a característica dos membros desta Família, chamada a seguir o exemplo do irmão mais velho pelo serviço fraterno ou diakonia. Na verdade, após ter lavado os pés aos seus discípulos, disse-lhes: «dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais» (Jo 13,15). E na sua resposta ao legista que sabia bem como ler a Lei para dela extrair o essencial, ou seja o amor a Deus e ao próximo (cf. Lc 10,25-28), Jesus diz: «faz isso e viverás». De facto, o exemplo que ele lhe dá na parábola é um modelo de diakonia, onde o amor se traduz em acções sob a figura do bom Samaritano (cf. Lc 10,29-37). Nesta figura reconhecemos o próprio Jesus à cabeceira de todo o sofrimento humano, modelo para a Igreja inquieta de África, tão carente de reconciliação, de justiça e de paz.
 
Serva da justiça e da paz
 
41. Segundo as palavras do Salmista, «Justiça e Paz hão-de abraçar-se» (Sl 84, 11). É uma característica do Reino de Deus cuja vinda pedimos quando rezamos ao Pai: «venha à nos o vosso reino!». A Igreja Família tem, assim, consciência de ser enviada para que em África advenha um mundo de Justiça e de Paz, um mundo onde Deus reina, porque foi reconciliado com o seu Deus e com ele mesmo. Que vias empreender nestes tempos de confusão e de injustiças que o mundo teima em não ver?
 
Serva da reconciliação
 
42. Jesus Cristo é a fonte da reconciliação de Deus com a humanidade e com cada pessoa. Ele é também agente de reconciliação dos homens entre si (cf. Mt 6,12; Rom 5,10-11); é o fundamento da missão da Igreja. A Igreja Família de Deus em África sente-se investida do «ministério da reconciliação» (2 Cor 5,18). Pois ela é mensageira do «Evangelho da paz» (Ef 6,15), que faz dela um só Corpo e Templo do Espírito Santo. Tal como Cristo, é artesã de reconciliação em seu corpo de carne. Porque construtores de comunhão, os cristãos hão-de chamar a sociedade africana à união dos corações dando eles mesmos o exemplo pelo testemunho das suas vidas. Uma vida que reconcilia porque dá lugar ao perdão (cf. Mt 5,23; Ef 2, 14-15).
 
43. Com efeito, diz Jesus, «nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros» (Jo 13,35). Desde então, antes mesmo de qualquer acção, é pela sua maneira de ser que toda a célula eclesial há-de ser um apelo lançado aos nosso irmãos e irmãs africanos para que se deixem reconciliar com Deus e uns com os outros (cf. Mt 5,23 ss; 2 Cor 5,20). A Igreja há-de manifestar, assim, a sua dimensão de sacramento, sinal eficaz que torna presente, no coração de África, a graça da reconciliação operada entre Deus e a humanidade, e entre os homens entre si, por meio de Cristo Jesus, nossa Justiça e nossa Paz.
 
 
INSTRUMENTUM LABORIS III, 1, 35-39
 
 
(Fonte: site da Santa Sé)
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São João 5, 31-47
 
Naquele tempo,
Jesus disse aos judeus:
«Se Eu der testemunho de Mim mesmo,
o meu testemunho não será considerado verdadeiro.
É outro que dá testemunho de Mim
e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro.
Vós mandastes emissários a João Baptista
e ele deu testemunho da verdade.
Não é de um homem que Eu recebo testemunho,
mas digo-vos isto para que sejais salvos.
João era uma lâmpada que ardia e brilhava
e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas Eu tenho um testemunho maior que o de João,
pois as obras que o Pai Me deu para consumar
— as obras que realizo —
dão testemunho de que o Pai Me enviou.
E o Pai, que Me enviou,
também Ele deu testemunho de Mim.
Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua figura
e a sua palavra não habita em vós,
porque não acreditais n’Aquele que Ele enviou.
Examinais as Escrituras,
pensando encontrar nelas a vida eterna;
são elas que dão testemunho de Mim
e não quereis vir a Mim para encontrar essa vida.
Não é dos homens que Eu recebo glória;
mas Eu conheço-vos
e sei que não tendes em vós o amor de Deus.
Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis;
mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis.
Como podeis acreditar,
vós que recebeis glória uns dos outros
e não procurais a glória que vem só de Deus?
Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai:
o vosso acusador será Moisés,
em quem pusestes a vossa esperança.
Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim,
pois ele escreveu a meu respeito.
Mas se não acreditais nos seus escritos,
como haveis de acreditar nas minhas palavras?».
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São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja 2º Sernão sobre o Génesis
 
 
«Se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito»
 
No princípio dos tempos, o Senhor, que tinha criado o homem, falava directamente ao homem e este era capaz de O compreender. Era assim que Deus conversava com Adão [...], como depois conversaria com Noé e com Abraão. E, mesmo depois de o género humano se ter precipitado no abismo do pecado, Deus não cortou por completo relações com ele, ainda que as que mantinha tivessem, naturalmente, menos familiaridade, porque os homens tinham-se tornado indignos delas. Consentiu, pois, em renovar relações de benevolência com eles, mas através de missivas, como se faz com um amigo ausente; desta maneira, podia também, na Sua bondade, atrair novamente a Si todo o género humano. O portador dessas missivas que Deus nos enviava era Moisés.

Abramos essas cartas e leiamos as primeiras palavras: «No princípio, criou Deus o céu e a terra.» Que coisa admirável! [...] Moisés, que veio ao mundo muitos séculos depois, foi verdadeiramente inspirado do alto para nos contar as maravilhas que Deus fez ao criar o mundo. [...] Dá mesmo a impressão de que se dirige a nós directamente, dizendo: «Foram os homens que me ensinaram o que vou revelar-vos? De maneira nenhuma, foi o Criador, Aquele que realizou estas maravilhas; é Ele que dirige a minha língua para vo-lo ensinar. Peço-vos que silencieis todas as reclamações dos raciocínios humanos. Não oiçais este relato como se fosse apenas a palavra de Moisés, pois é o próprio Deus que vos fala. Moisés é apenas o intérprete de Deus.» [...]

Irmãos, acolhamos a Palavra de Deus de coração reconhecido e humilde. [...] Porque foi Deus quem tudo criou, é Ele que prepara todas as coisas e as dispõe com sabedoria. [...] É Ele que conduz o homem, por meio daquilo que é visível, ao conhecimento do Criador do universo. É Ele que ensina o homem a contemplar o Artífice supremo nas Suas obras, a fim de que o homem saiba adorar o seu Criador.

 
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
publicado por spedeus às 00:00

25
Mar 09
Os números do desemprego continuam a registar subidas alarmantes. Em Fevereiro, foram mais 60 mil a inscrever-se nos centros de emprego. O número de despedimentos efectuado subiu para 12 mil, o que significa mais do que 74 por cento do que no ano anterior.As nuvens que pesam sobre empresas, como a Quimonda (que no próximo sábado vai fechar as portas sem que haja garantias de as vir a reabrir) tornam evidente o perigo de constituição de bolsas regionais de desemprego onde o risco já não é de recessão profunda, mas de depressão.

Em Vila do Conde, mais de mil empregos dependem desta única empresa, mas há muitos mais que lhe estão indirectamente associados. Em Setúbal, onde a Autoeuropa ainda parece estar a salvo, a crise do sector da construção, da pesca e do pequeno comércio é já dramática. A fome regressou à Península. Os fundos de emergência da diocese foram de novo accionados. Ali, como em Braga e um pouco por todo o país.

A degradação da qualidade do tecido social está à vista. O risco de explosão social também. O Estado pode e deve fazer mais. Mas, por muito que faça, não vai bastar. Resta à sociedade civil meter mãos à obra. A Cáritas, como muitas outras instituições da Igreja, ou o Banco Alimentar estão no terreno. No Porto, desde ontem, há nova sopa dos pobres. Mas ninguém pode sentir-se à margem deste esforço de reconstrução nacional. É disso que se trata. De um toque a rebate à solidariedade nacional.
 
 
Graça Franco 
 
  
(Fonte: site RR)
publicado por spedeus às 18:47

Em que consiste realmente um aborto? Porquê aumentou vertiginosamente o número de abortos no mundo nos últimos meses? Que interesses existem por detrás desta promoção e o que é que podemos fazer?
 
Com o título “A vitória será da vida” a Fundação EUK Mamie na Espanha apresenta uma nova produção que oferece respostas a algumas destas perguntas. Com um DVD que informa sobre a realidade do aborto, o tema é tratado com um tom positivo e cheio de esperança, à semelhança do tom com que o Servo de Deus, João Paulo II, escreveu a Encíclica "Evangelium vitae". De facto o título foi tomado dos números 25 e 26 deste documento: “A vitória será da vida […] Na realidade, não faltam prenúncios desta vitória.”
 
A responsável pela Televisão H.M., a Irmã Teresa Pérez do “Hogar de la Madre” disse que a ideia de lançar uma nova produção nasceu “ante a inquietante realidade de ameaça contra a vida humana não só em Espanha mas a nível mundial.”
 
Actualmente debate-se em Espanha a ampliação da lei do aborto, que no caso de ser aprovada será uma das leis abortivas mas radicais e violentas da Europa. Por esta razão, numerosos responsáveis de movimentos a favor da vida e da família quiseram participar no vídeo.
 
Realizou-se mil cópias do DVD para distribuir de forma gratuita; também está disponível no site da Fundação:
 
 
(Fonte: H2O News)
publicado por spedeus às 15:59

À vossa protecção vos acolhemos, Santa Mãe de Deus!
 
A emoção e a alegria estavam estampadas nos rostos dos peregrinos que esta manhã em Fátima participaram na renovação da consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, precisamente 25 anos após a deslocação da Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ao Vaticano, a pedido do Papa João Paulo II, para o Acto de Entrega a Nossa Senhora, em união com os bispos do mundo.
 
A renovação do Acto de Consagração teve lugar na Capelinha das Aparições, após a celebração da Eucaristia, na Igreja da Santíssima Trindade.
 
D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, que presidiu, acompanhado de D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo Emérito de Leiria-Fátima, e de vinte sacerdotes, voltou-se para a Imagem de Nossa Senhora e, usando as mesmas palavras que João Paulo II usara em 1984, consagrou a humanidade à Virgem Mãe.
 
A uma só voz, os peregrinos e sacerdotes presentes na Capelinha juntaram-se ao Bispo de Leiria-Fátima e todos, também de joelhos, rezaram a Nossa Senhora, seguindo o texto que tinha sido distribuído ao início da manhã em uma pequena pagela evocativa da efeméride.
 
“Que se revele, uma vez mais, na história do mundo a infinita potência salvífica da Redenção:
a força infinita do Amor misericordioso! Que ele detenha o mal! Que ele transforme as consciências! Que se manifeste para todos, no Vosso Coração Imaculado, a luz da Esperança!”, foram as palavras finais da consagração, exactamente as mesmas que foram proferidas na Praça de S. Pedro, a 25 de Março de 1984.
 
Após este comovente e solene momento, ressoou no Recinto do Santuário o cântico “Totus tuus, Maria”, o lema de João Paulo II: “Todo Teu, Maria”.
 
“É com todo o gosto, diria mesmo, é com todo o gozo que hoje Nossa Senhora me concede poder renovar a consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração com as mesmas palavras do amado Papa João Paulo II”, afirmara D. António Marto momentos antes, durante a Eucaristia, ocasião em que sublinhou a importância do gesto que se seguiria.
 
“A razão porque queremos renovar a consagração é em atitude de acção de graças porque a partir dessa consagração (de 1984) começaram a cair os muros e as resistências ao anúncio da fé cristã”, disse.
 
Na mesma homilia, disse também que a consagração “não é só levarmos as preocupações do mundo para o Coração da Mãe, mas é nós colocarmo-nos, nós mesmos, também nesse coração, para nos implicarmos e para recebermos Dela as suas palavras ‘Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará”.
 
 
LeopolDina Reis Simões, Sala de Imprensa do Santuário de Fátima
 
publicado por spedeus às 15:42

 
publicado por spedeus às 15:30

“Provavelmente Deus não existe. Deixa de preocupar-te e aproveita a vida”. Este anúncio anda a circular no exterior de alguns autocarros em Inglaterra e Espanha. Com a globalização, é provável que, em pouco tempo, vejamos autocarros com esta mensagem nas nossas cidades. Temos de estar muito agradecidos. Finalmente, alguém “descobriu” por que motivo nos preocupamos tanto. O nosso “problema” é que acreditamos em Deus. No dia em que deixarmos de lado essa “superstição”, seremos verdadeiramente “livres”. Poderemos, por fim, aproveitar a nossa vida.
 
Com esta campanha, tenta transmitir-se a ideia de que sem Deus uma pessoa vive muito melhor. Mas será verdadeiramente assim? Será que aqueles que têm fé são infelizes? Será que são pessoas que não sabem aproveitar a vida? É razoável acreditar em Deus, ou é uma atitude própria de gente fanática e pouco inteligente? Podem parecer perguntas demasiadamente radicais – mas não são poucas as pessoas que, nos dias de hoje, se questionam deste modo.
 
Temos necessidade de pensar sobre Deus para encontrar o sentido da nossa vida. Quem sou eu? Donde venho? Para onde vou? Porque existe o mal? Que haverá para além desta vida? No nosso coração “arde” uma exigência de sentido. Além disso, a realidade da morte torna urgente a resposta à pergunta sobre o sentido da vida. Dessa resposta depende directamente o modo como vivemos o nosso dia a dia e o modo como olhamos para o nosso futuro. 
 
A fonte do desespero, muitas vezes, está em considerar que a vida carece de sentido. Que caminhamos para o vazio, para o nada, para o absurdo. O ateísmo pode parecer uma atitude romântica e libertadora. No entanto, não é assim. Sem Deus, a vida perde o seu sentido último. O único que passa a ter sentido é aproveitar ao máximo o momento presente. “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”. Este acaba por ser o modo de viver daqueles que pensam que a morte é o fim de tudo e que a vida carece de sentido. 
 
Pelo contrário, a fé em Deus permite ao homem “resolver” os problemas do mal, do sofrimento e do sentido da vida. É também base segura para defender a dignidade, igualdade e liberdade de todos os homens. Sem Deus, tais valores acabam por estar apoiados numa areia movediça. Quando são úteis numa situação concreta, defendem-se com ardor. Quando “incomodam”, passa-se por cima deles em nome de uma liberdade mal entendida.
 
A fé é também fonte de alegria. Uma alegria que alivia e refresca a alma, com frequência carregada pelo esforço de viver. A fé é a única porta nesta Terra que permite entrar no mistério de Deus. No acto de fé, cada um de nós realiza a decisão mais livre e libertadora da existência. Só em Deus podemos encontrar a verdadeira resposta para o “mistério” da nossa vida. No fundo, ao contrário do que diz o anúncio, são aqueles que têm fé que aproveitam melhor a sua vida. Porque são conscientes do sentido último que ela tem.
 
 
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
 
publicado por spedeus às 00:05

Os políticos italianos devem agir imediatamente para aprovar uma lei sobre o fim da vida. Foi o que pediu o Cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), no seu discurso ao Conselho Permanente que teve início nesta segunda-feira em Roma.
 
Nesta ocasião, o purpurado fez referência ao caso de Eluana Englaro, a jovem italiana em estado vegetativo por 17 anos, e que morreu em Udine no último dia 9 de Fevereiro por causa da remoção da sonda que a alimentava e hidratava. Um claro apelo de Dom Bagnasco:
 
Necessárias, porém, sublinhou, são também as curas paliativas e “um sistema eficaz de hospedagem” para as famílias dos pacientes com graves incapacidades. O Cardeal denunciou ainda “o manto de piedade” com o qual se procura fazer passar o “direito a morrer”, e agradeceu às Irmãs da Misericórdia que assistiram Eluana por tantos anos:
 
De seguida referiu-se ao caso Williamson e à questão da remissão da excomunhão aos quatro Bispos “lefebvrianos”, falando de “acusações intencionais dirigidas com pouco fundamento” ao Santo Padre, que na carta de explicação, ao invés mostrou “a coerência de uma vida vivida unicamente a um serviço transparente à Igreja de Cristo”.
 
Com um olhar às medidas para contrastar os efeitos da crise económica sobre as famílias italianas, D. Bagnasco propôs a criação de um fundo de garantia para ajudar todos aqueles que correrem o perigo de viver abaixo da linha da pobreza.
 
O Cardeal deteve-se ainda sobre a primeira viagem apostólica de Bento XVI à África e sobre a polémica relativa ao uso dos preservativos na luta contra a SIDA/AIDS, levantada somente pelos meios de comunicação ocidentais, sem a devida consideração sobre o que está em jogo:
 
“… sobre uma questão muito importante cabe à política agir, elaborar e aprovar, sem delongas ou instrumentais adiamentos, um inequívoco dispositivo de lei”.
 
“A primeira cura, para qualquer forma de doença, é fazer com que o doente não se sinta sozinho, sozinho com o seu mal, e abandonado a si mesmo”.
 
“É preciso promover um trabalho de educação de modo amplo, que deve ser inserido na mentalidade dos africanos e se concretize em particular na promoção electiva da mulher; sobretudo é necessário alimentar as esperanças de cura e de assistência, financiando a distribuição de medicamentos acessíveis a todos”.
 
 

(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)
publicado por spedeus às 00:04

Deus que no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne.

 

Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida» (Lumen gentium, 56).

 

No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe portanto, a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o «Deus connosco».

 

Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Incarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa.

 

Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Incarnação se realizou, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.

 

 

(Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia)

publicado por spedeus às 00:03

Esta nova viagem internacional do Papa será importante, aliás já é. Compreenderam-no os mass media, mesmo reduzindo-a a um só aspecto aliás alterado em chave polémica isto é, o dos métodos para contrastar a difusão do SIDA/AIDS. Sim, é importante a presença de Bento XVI nos Camarões e em Angola, como os jornalistas do séquito compreenderam imediatamente das respostas às suas perguntas quando o avião começava a sobrevoar o deserto do Sahara, e como sobressaiu dos primeiros dois discursos, durante a cerimónia de boas-vindas e aos bispos. Foram precisamente eles os primeiros a desejar ao Papa os bons votos que também o nosso jornal formula com afecto pela festa de seu santo padroeiro.

 

A importância da viagem tem diversos aspectos: a visita a terceira de um Papa em pouco mais de um vinténio a dois grandes Países como os Camarões, apresentados justamente como a África em miniatura, e Angola; a proximidade que também deste modo o Bispo de Roma deseja demonstrar a todo o continente africano, onde o catolicismo é jovem e em vigoroso crescimento, sobre raízes antigas e com realizações relevantes; a dimensão colegial, que é ainda mais acentuada de quanto acontece normalmente nas visitas papais internacionais.

 

Este aspecto colegial da viagem africana foi ressaltada por Bento XVI ao responder à pergunta sobre a sua presumível solidão, uma representação que o faz "sorrir um pouco" disse textualmente. Acrescentando logo a seguir que está circundado de amigos, aliás, de uma "rede de amizade", formada antes de tudo pelo Cardeal Secretário de Estado e pelos seus mais estreitos colaboradores, num empenho quotidiano de tipo colegial, como é historicamente o da Cúria romana, ritmado pelas audiências habituais, pelas visitas dos episcopados, pelas reuniões plenárias das congregações quis explicar a quem não quer compreender. Numa circularidade cada vez mais acentuada entre centro e periferia.

 

No trabalho de todos os dias está incluída a preparação, longa e conscienciosa, das viagens, que há quase meio século se tornaram uma forma nova de serviço papal. Como esta, na qual não só simbolicamente participam os principais responsáveis da Secretaria de Estado, mas também um cardeal bispo proveniente da África, o cardeal prefeito e o arcebispo secretário (também ele africano) da Congregação para a Evangelização dos Povos, o arcebispo secretário do Sínodo dos Bispos.

 

Graças a esta preparação, em diálogo contínuo com as representações pontifícias nos diversos Países e com os episcopados, as visitas internacionais do Bispo de Roma dão frutos imediatos como sobressai nestas horas de entusiasmo autêntico e comovedor dos irmãos camaroneses e duradouros. Bento XVI viaja, como os seus predecessores, para testemunhar e anunciar o Senhor. E isto tem efeitos políticos em sentido elevado. Também agora, ao exortar o continente africano e toda a comunidade internacional a um compromisso comum que ajude a superar a crise global.

 

Giovanni Maria Vian (Director)

publicado por spedeus às 00:03

1. Os discípulos de Cristo como “Sal” e “Luz”
 
O contexto da Palavra de Jesus
 
35. No seu ensinamento do Sermão da Montanha em Mt 5,3-10, Jesus introduz-nos na visão da sua missão: fazer entrar no Reino de seu Pai os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e aqueles que são perseguidos por causa da justiça. Deste modo, todos aqueles que são seus discípulos devem colaborar para a vinda deste Reino, dando atenção aos afamados, ao doente, ao estrangeiro, ao humilhado (que está nu), ao prisioneiro. Porque diz o Senhor, «cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25,40).
 
A tradução em acções da visão de Cristo
 
36. Para que esta visão se torne realidade, Jesus compromete ainda mais os seus discípulos. Prepara-os para viver com ele a perseguição, os insultos e toda a espécie de infâmia «por minha causa» (Mt 5,11). Assim, empenhar-se a seguir Cristo, na sua missão, é aceitar sofrer com ele para partilhar a sua glória, como o atesta a vida dos santos do nosso continente, especialmente nos últimos séculos, os mártires do Uganda (Carlos Lwanga e seus companheiros [martirizados entre 1885-1887]), os santos Daniel Comboni (1831-1881), Josefina Bakhita (1869-1947), os Bem-aventurados Charles de Foucauld (1858-1916), Victoire Rasoamanarivo (1848-1894), Isidoro Bakanja (v. 1880/1890-1909), Cipriano Miguel Iwene Tansi (1903-1964), Clementina Nengapeta Anuarite (1941-1964). Eles foram “sal” nas terras onde viveram, e “luz” no mundo que os viu viver.
 
37. Os dois símbolos do sal e da luz exprimem uma dupla dimensão na identidade do discípulo. A imagem do “sal da terra” caracteriza os discípulos como agentes de transformação no meio de suas irmãs e irmãos humanos que habitam a terra. Com efeito, assim como o sal altera o sabor dos alimentos nos quais é colocado, assim também os discípulos de Cristo são chamados a viver de maneira a dar ao seu meio um melhor sabor de humanidade. Este impacto da vida do discípulo escapa ao olhar, tal como o sal que se dissolve e se torna invisível. É no gosto que o mundo sentirá o efeito transformador da presença eficaz do discípulo. Os santos e bem aventurados que a Igreja propôs como exemplo aos cristãos ilustram, pelas suas vidas, a eficácia do testemunho cristão na vida da sociedade, porque a sua acção não deixou nenhuma das suas sociedades indiferentes. E é preciso acreditar que, como o sal conserva, purifica e protege, uma vida santa conserva o que há de melhor na humanidade (seus valores autênticos) e a protege da degeneração (cf. Gn 18,17-33).
 
38. Quanto à segunda imagem, ela convida os discípulos a se identificarem com a “luz do mundo”. Jesus não os encoraja a darem-se em espectáculo; até porque ele denuncia os hipócritas (cf. Mt 6,1ss). Mas de qualquer modo, a luz, destinada a iluminar, não se pode esconder; à semelhança de uma cidade elevada sobre um monte, ela será sempre visível (cf. Mt 5,14-16). Por outras palavras, o discípulo que ilumina não pode passar despercebido. Trata-se, então, de ser uma luz que ilumina os homens e tudo aquilo que os desumaniza, tornando-o visível e inteligível, pelas “boas obras”: nutrir aqueles que têm fome, dar de beber aqueles que têm sede, acolher o estrangeiro, vestir o que está nu, visitar os doentes e os idosos, cuidar dos prisioneiros, etc. (cf. Mt 25,35-36). A vida de uma comunidade eclesial que incarna a Palavra torna-se desde logo uma lâmpada sobre o trilho da sociedade em geral, para que evitemos os caminhos de morte e enveredemos cada vez mais por aqueles que conduzem à vida, ou seja, no seguimento de Jesus, «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6).
 
39. Em síntese, por meio destas duas imagens, Jesus interpela profundamente os que o escutam a transformar a sociedade humana pelo seu ser e a mostrar, através do seu exemplo de vida, as vias que conduzem ao Reino de Deus, prometido àqueles e àquelas que são oprimidos e maltratados, àqueles que são abandonados à sua sorte pela sociedade. O Reino aparece desde logo como a terra da consolação, da saciedade, da misericórdia, herdada pelos filhos e filhas de Deus. Propaga-se através da acção do discípulo, servo sensível a todos os sofrimentos humanos, traduzindo em acto a oração que Jesus nos ensinou: «Pai […] que o teu reino venha!» (Mt 6,10).

 
INSTRUMENTUM LABORIS III, 1, 35-39
 
 
(Fonte: site da Santa Sé)
publicado por spedeus às 00:01

Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja Homilias sobre a Mãe de Deus, 2, 93-145; CSCO 363 e 364, 52-53 (trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 481 rev.)
 
«Porque me fez grandes coisas, o Omnipotente» (Lc 1, 49)
 
Contemplai Maria, bem-amados, vede como Gabriel entrou em sua casa e como, à sua objecção, «Como será isso?», o servo do Espírito Santo deu a seguinte resposta: «Nada é impossível a Deus, para Ele tudo é simples.» Considerai como ela acreditou no que ouvira e disse: «Eis a serva do Senhor.» Desde logo o Senhor desceu, de uma forma que só Ele conhece; pôs-Se em movimento e veio como Lhe agradava; entrou nela sem que ela o sentisse e ela acolheu-O sem ter qualquer sofrimento. Ela trazia em si, como uma criança, Aquele de que o mundo está cheio. Ele desceu para ser o modelo que renovaria a imagem antiga  de Adão.

É por essa razão que, quando te anunciam o nascimento de Deus, deves manter-te em silêncio. Que a palavra de Gabriel esteja presente no teu espírito, pois nada é impossível a esta gloriosa Majestade que desceu por nós e que nasceu da nossa humanidade. Nesse dia, Maria tornou-se para nós o céu que contém Deus, pois a Divindade sublime desceu e fez dela a Sua morada. Nela, Deus fez-se pequeno – mas sem enfraquecer a Sua natureza – para nos fazer crescer. Nela, Ele teceu-nos uma veste com a qual nos salvaria. Nela cumpriram-se todas as palavras dos profetas e dos justos. Dela se elevou a luz que expulsou as trevas do paganismo.

Numerosos são os títulos de Maria [...]: ela é o palácio no qual habitou o poderoso Rei dos reis, mas Ele não a deixou como viera, pois foi dela que Ele se fez carne e que nasceu. Ela é o novo céu no qual o Rei dos reis habitou; nela elevou-se Cristo e dela subiu para iluminar a criação, formada e talhada à Sua imagem. Ela é a cepa de vinha que deu uvas; ela gerou um fruto superior à natureza; e Ele, se bem que diferente dela pela Sua natureza, vestiu a sua cor quando nasceu dela. Ela é a fonte da qual brotaram as águas vivas para os sequiosos e aqueles que aí se dessedentam dão frutos a cem por um.
 
 
 
 
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
publicado por spedeus às 00:00

São João 5, 17-30
 
Naquele tempo,
disse Jesus aos judeus:
«Meu Pai trabalha incessantemente
e Eu também trabalho em todo o tempo».
Esta afirmação era mais um motivo
para os judeus quererem dar-Lhe a morte:
não só por violar o sábado,
mas também por chamar a Deus seu Pai,
fazendo-Se igual a Deus.
Então Jesus tomou a palavra e disse-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
O Filho nada pode fazer por Si próprio,
mas só aquilo que viu fazer ao Pai;
e tudo o que o Pai faz
também o Filho o faz igualmente.
Porque o Pai ama o Filho
e Lhe manifesta tudo quanto faz;
e há-de manifestar-Lhe coisas maiores que estas,
de modo que ficareis admirados.
Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida,
assim o Filho dá vida a quem Ele quer.
O Pai não julga ninguém:
entregou ao Filho o poder de tudo julgar,
para que todos honrem o Filho,
como honram o Pai.
Quem não honra o Filho
não honra o Pai que O enviou.
Em verdade, em verdade vos digo:
Quem ouve a minha palavra
e acredita n’Aquele que Me enviou
tem a vida eterna e não será condenado,
porque passou da morte à vida.
Em verdade, em verdade vos digo:
Aproxima-se a hora _ e já chegou _
em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus;
e os que a ouvirem, viverão.
Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo,
assim também concedeu ao Filho
que tivesse a vida em Si mesmo;
e deu-Lhe o poder de julgar,
porque é o Filho do homem.
Não vos admireis do que estou a dizer,
porque vai chegar a hora
em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz:
Os que tiverem praticado boas obras
irão para a ressurreição dos vivos
e os que tiverem praticado o mal
para a ressurreição dos condenados.
Eu não posso fazer nada por Mim próprio:
julgo segundo o que oiço
e o meu juízo é justo,
porque não procuro fazer a minha vontade,
mas a vontade d’Aquele que Me enviou».
publicado por spedeus às 00:00

24
Mar 09
A prostituição eclesiástica e a Paixão do Papa


 

Nuno Serras Pereira

23. 03. 2009

 
1. Haverá aí alguém que não tenha ouvido falar num Bispo, até há pouco desconhecido, chamado Williamson? Creio que ninguém ignorará o grande clamor que se levantou por todo o mundo e mesmo na Igreja a propósito das suas disparatadas, ingénuas ou imbecis, maliciosas ou simplesmente apatetadas, afirmações sobre o holocausto perpetrado pelos nazis ao povo judeu. É fácil de compreender a grave apreensão que esse pronunciamento público provocou, principalmente nos sobreviventes e familiares dos que padeceram e morreram vítimas daquela monstruosa injustiça. Se hoje é ponto assente, não subsistindo dúvidas, sobre a enormidade e extensão daquele genocídio maquiavélico, entende-se também, muito bem, a perigosidade de tais declarações, uma vez que poderá contribuir, em certa medida, para gerar ou incrementar movimentos anti-semitas que advoguem que tudo não tenha passado de um delírio ou de uma propaganda dolosa, por parte desse povo, com objectivos inconfessáveis. Concebida a suspeita, a desconfiança, e com esta a hostilidade, tende a crescer dando à luz desentendimentos, discórdias, agressividades, perseguições, etc.

No entanto, tanto quanto nos é dado saber, este Bispo, que recordemo-nos está suspenso a divinis, nunca promoveu a ideologia nazi, aceitando plenamente as pesadas e implacáveis condenações que da mesma fizeram os Papas Pio XI e Pio XII, e nunca matou nenhum judeu.
Nos dias de hoje há um outro holocausto – a palavra é do Papa João Paulo II – o do aborto. Este genocídio foi advogado, propagandeado, promovido e votado por muitos que várias instituições católicas, desde a RR à UCP, têm como colaboradores ou convidados a debater e palestrar sobre os mais variados assuntos, inclusive acerca da licitude deste crime que João Paulo II classificou como o mais perverso e abominável.

O Bispo Williamson nunca, mas mesmo nunca, seria convidado ou autorizado a palestrar sobre qualquer tema, mesmo que fosse o do amor aos inimigos, como o são os promotores do holocausto contemporâneo.

Parece-me, pois, que isto só poderá significar o seguinte: quem manda na Igreja em Portugal não se rege por princípios e valores, mas pela popularidade e benefícios que pode ganhar. O que me leva a concluir que se o anti-semitismo estivesse de moda, contasse com maiorias, tivesse a comunicação social a seu favor e mandasse no estado, o Bispo Williamson e outros como ele, talvez mesmo Goebbels, caso fosse vivo, seguramente teriam as mesmas atenções e gozariam da mesma presença na RR, na UCP e em outras instituições da Igreja. As Sagradas Escrituras ao indicarem este tipo de comportamento chamam-lhe prostituição.

2. O Papa Bento XVI tem aquele traço que caracterizava Jesus Cristo, de Quem é vigário na Terra. Quando ensina, pela palavra ou pelo exemplo, desencadeia vendavais. Foi o que aconteceu agora, mais uma vez, a propósito de preservativo. Porque disse a verdade, a comunidade internacional, constituída por políticos, grandes multinacionais farmacêuticas, comunicação social, membros da hierarquia da Igreja, movimentos de controlo demográfico, instituições eugenistas, etc., formaram furacões, cuja característica parece ser a de, por incapacidade de se abrirem para irem ao encontro do outro, rodopiarem sobre si mesmos levando a destruição e desolação a toda a parte. O Santo Padre foi, de novo, flagelado pelos grandes deste mundo, acusado injustamente, condenado na praça pública. O semanário português Expresso ultrapassou ignobilmente em infâmia os algozes que coroaram Cristo de espinhos, ao encapuzar o representante do mesmo Cristo com aquele látex posto ao serviço da promiscuidade imunda que domina grande parte do mundo.

O Norte e o Ocidente rasgaram hipocritamente as faustosas e luxuriosas vestes arguindo o Papa de ser responsável por um genocídio sexual, como se a castidade e a fidelidade no matrimónio pudessem liquidar alguém! Este mesmo multimilionário Noroeste que atulha África de preservativos mas que é incapaz de auxiliar esse continente num verdadeiro combate à malária que mata muito mais que a sida; que ignora as mães que têm de andar 40 quilómetros a pé para arranjarem uma aspirina para o seu filho doente, ou 10 quilómetros para irem buscar água; que assistiu impávido e sereno aquele tenebroso e imenso genocídio do Ruanda. Este Noroeste que censura a informação verdadeira e cientificamente comprovada do incentivo à promiscuidade que as suas campanhas do látex imundo têm promovido com o consequente aumento exponencial das doenças sexualmente transmissíveis, algumas incuráveis e outras mais mortais que a sida. Em 20 anos, por exemplo, nos USA elas subiram de três para cerca de vinte. O preservativos é incapaz de deter o vírus do papiloma humano (HPV) que é responsável por muito mais mortes que a sida. E o vírus desta, com o decorrer do tempo, acabará inevitavelmente, mesmo com o uso consistente do preservativo, em virtude do chamado "efeito roleta russa", por contagiar quem o usa. Isto quem o afirma não é a Igreja mas sim a IPPF a maior organização não governamental do mundo que se dedica ao incentivo do aborto, da promiscuidade sexual, da contracepção e do preservativo.

Não por acaso Edward C. Green, Director do projecto de investigação sobre a sida do Centro de Estudos, da Universidade de Harvard (USA), para a População e Desenvolvimento veio a terreno defender o Papa Bento XVI: "O Papa tem razão, ou dito de outra maneira, as melhores provas que temos estão de acordo, suportam, as palavras do Papa". E continuou " os nossos estudos, incluindo o US – funded Demographic Healt Surveys’, mostram uma associação consistente entre a maior disponibilidade e uso de preservativos e uma taxa mais alta (não mais baixa) de infecção por HIV."

 


Os médicos que trabalham em África sabem-no bem. Em entrevistas, por estes dias, ao Avvennire afirmaram categoricamente que não é possível diminuir o contágio sem uma alteração radical dos comportamentos. E que só onde ela se deu é que se verificou uma diminuição substancial do mesmo. Sendo porventura os exemplos mais eloquentes o Uganda, em África, e as Filipinas, no Pacífico.

Acima falei de vendaval e logo a seguir dos furacões. Espero que não se tenha entendido que eu atribuía a responsabilidade por estes últimos ao Santo Padre. Não! Estes devastadores como são devem ser atribuídos ao império que as potestades malignas exercem sobre os grandes deste mundo. Os vendavais, pelo contrário, são causados pelo Espírito Santo, como no Pentecostes, e suscitam conversões e adesão a Jesus Cristo e à Sua Igreja. É isso mesmo que verificamos com o Papa Bento XVI. Bem podem as autoridades mundanas e algumas eclesiásticas arreganhar-lhe o dente e rosnar-lhe impropérios que o povo simples está com ele e segue-o avidamente, como outrora seguia Jesus.
 

(Fonte: Infovitae, título/ citação São Marcos da responsabilidade de JPR)
publicado por spedeus às 15:29

A missiva (carta ao episcopado), ao contrário do que disseram alguns, reforça o prestígio de Bento XVI, que se vê a si próprio não como poderoso entre poderosos, mas como a custódia de uma Verdade que não é sua, que lhe foi confiada e que a todo o custo deve defender.
 
Bento XVI não pensa sequer naquele Concilio Vaticano III que alguns invocam, para reformar ainda mais as instituições e para adaptar a moral evangélica ao politicamente correcto da moda. Preocupações dos clericalistas. 
 
Vittori Messori in “Corriere della Sera” (tradução JPR)
 
 
 
O Papa Bento está mostrando uma coragem ao assumir publicamente o que é raro ver-se nos líderes políticos: refiro-me à carta aos bispos de há alguns dias, à admissão de erros, ao modo atento em dar resposta com argumentos sobre argumentos ao mundo católico e não católico. Prosseguindo contemporaneamente em frente com a verdade.
 
 
Lucia Annunziata in “La Stampa” (tradução JPR)
publicado por spedeus às 00:03

O Cardeal-Patriarca de Lisboa lamentou que hoje se viva num “ambiente cultural” que “permite agressões destruidoras nessa biodiversidade e legaliza destruições da vida humana, tanto no seu início no seio materno, como na fase terminal da existência terrena”.
 
“Proclamam-se, solenemente, os direitos do homem e a sua dignidade, mas pactua-se, tolera-se ou promove-se mesmo a violação contínua desses direitos”, disse este Domingo, na Sé Patriarcal, durante a quarta catequese quaresmal, dedicada ao tema “A Palavra e a Vida”. Segundo D. José Policarpo, na sociedade actual “não se é capaz de integrar harmonicamente na compreensão da vida, a sua grandeza e a sua precariedade e o sofrimento aparece incompatível com uma certa compreensão da felicidade”.
 
O Cardeal contrapôs a este estado de coisas as convicções profundas dos cristãos, para quem tudo parte “da Palavra de Deus, que nos revela e nos comunica a vida, que nos convida a enquadrar a nossa existência presente no horizonte alargado da sua plenitude e da sua verdade definitiva. Só assim poderemos influenciar uma cultura da vida comum a toda a sociedade”.
 
“Devemos partilhar a vida, porque na sua fonte divina ela é dom e partilha. Para nós cristãos, viver na fidelidade é sermos fiéis a Jesus Cristo”, acrescentou.
 
 Para D. José Policarpo, “se Deus é a fonte da vida, nós aspiramos à plenitude e à eternidade. Participamos na vida divina, que se tornou próxima da nossa realidade em Jesus Cristo e vivemos ao ritmo da vida em Deus”.
 
“A vida humana deixa de ser um fenómeno, analisado pela ciência, circunscrito no tempo, reduzido às nossas capacidades de viver. A nossa vida é a mesma de Deus, dom contínuo do Espírito de Cristo ressuscitado. É em Deus que a nossa vida adquire a dimensão da eternidade”, apontou.
 
 
(Fonte: site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 00:02

3. A área sociocultural

30. Os povos africanos mantêm, em numerosas regiões do continente, um amor profundo pela sua cultura. Os artistas, os músicos, os escultores, etc., dão largas ao seu génio por meio de obras cada vez mais reconhecidas. Reconhecemos que o enraizamento cultural condiciona o desenvolvimento integral dos indivíduos e das colectividades. Assim, homens e mulheres do continente se associam para promover a herança cultural do seu território. Alguns Estados empenharam-se nisso com resolução. Será que estas acções concertadas permitirão salvaguardar os valores africanos autênticos de respeito pelos anciãos, de respeito pela mulher como mãe, da cultura da solidariedade, da ajuda recíproca e da hospitalidade, da unidade, do respeito pela vida, da honestidade e da verdade, da palavra dada, etc., ameaçadas por valores oriundos de outros continentes e difundidos através do fenómeno da globalização?
 

31. A desfiguração da identidade cultural conduziu a um desequilíbrio interior das pessoas que se manifesta no relaxamento moral, na corrupção e materialismo, na destruição do casamento autêntico e da noção de uma família sadia, no esquecimento das pessoas idosas e na negação da infância. Uma cultura da violência, da divisão, do guerrilheiro-herói instalou-se na sequência dos conflitos armados. Parece que um processo organizado de destruição da identidade africana esteja em marcha sob o pretexto da modernidade. E essa será tanto mais eficaz quanto mais o analfabetismo se mantiver, devido ao fraco investimento na educação pelos poderes públicos. A educação da juventude é, assim, abandonada à influência dos anti-valores propagados pelos mass media, por certos políticos e outras figuras públicas.
 

32. Certas crenças e práticas negativas das culturas africanas exigem, todavia, uma vigilância particular: a feitiçaria dilacera as sociedades rurais e urbanas e, em nome da cultura ou da tradição ancestral, a mulher torna-se uma vitima dos preceitos em matéria de herança e dos ritos de viuvez, da mutilação sexual, do casamento forçado, da poligamia, etc.
 

33. É nestas diferentes áreas que as Igrejas particulares se sentem interpeladas e esperam tanto do discernimento dos Padres sinodais à luz da Revelação.
 
 
INSTRUMENTUM LABORIS II, 2, 30-32
 
 
(Fonte: site da Santa Sé) 
publicado por spedeus às 00:01

São João 5, 1-3a.5-16
 
Naquele tempo,
por ocasião de uma festa dos judeus,
Jesus subiu a Jerusalém.
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas,
uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá,
que tem cinco pórticos.
Ali jazia um grande número de enfermos,
cegos, coxos e paralíticos.
Estava ali também um homem,
enfermo havia trinta e oito anos.
Ao vê-lo deitado
e sabendo que estava assim há muito tempo,
Jesus perguntou-lhe:
«Queres ser curado?»
O enfermo respondeu-Lhe:
«Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina,
quando a água é agitada;
enquanto eu vou, outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus:
«Levanta-te, toma a tua enxerga e anda».
No mesmo instante o homem ficou são,
tomou a sua enxerga e começou a caminhar.
Ora aquele dia era sábado.
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado:
«Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga».
Mas ele respondeu-lhes:
«Aquele que me curou disse-me:
‘Toma a tua enxerga e anda’».
Perguntaram-lhe então:
«Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’».
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era,
porque Jesus tinha-Se afastado da multidão
que estava naquele local.
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe:
«Agora estás são.
Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior».
O homem foi então dizer aos judeus
que era Jesus quem o tinha curado.
Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus,
por fazer isto num dia de sábado.
publicado por spedeus às 00:00

Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja Sobre os mistérios, 24s (trad. breviário rev.)
 
«Queres ficar são?»

O paralítico da piscina de Betzatá esperava um homem [para o ajudar a descer à piscina]. Quem era esse homem, a não ser o Senhor Jesus, nascido da Virgem? Com a Sua vinda, Ele não prefigurou apenas a cura de algumas pessoas; Ele era a própria verdade que cura todos os homens. Por conseguinte, era Ele que se esperava que descesse, Ele de Quem Deus Pai disse a João Baptista: «Aquele sobre Quem vires o Espírito descer e permanecer é que baptiza no Espírito Santo» (Jo 1, 33). [...] Então, por que desceu o Espírito como uma pomba, se não para que tu a visses e reconhecesses que a pomba enviada da arca por Noé, o justo, era uma imagem desta outra pomba, de modo a que nela reconhecesses a prefiguração do sacramento do Baptismo? [...]

Podes estar ainda na dúvida, quando o Pai proclama para ti de maneira indubitável no Evangelho: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o Meu agrado» (Mt 3, 17); quando o Filho o proclama, Ele sobre Quem o Espírito Santo se manifestou sob forma de pomba; quando o Espírito Santo também o proclama, Ele que desceu sob forma de pomba; quando David o proclama: «A voz do Senhor ressoa sobre as águas, o Deus glorioso faz ecoar o seu trovão, o Senhor está sobre a vastidão das águas» (Sl 28, 3)? A Escritura atesta também que, às preces de Gedeão, o fogo desceu do céu; e que, à prece de Elias, o fogo foi enviado para consagrar o sacrifício (Jg 6, 21; 1R 18, 38).

Não consideres o mérito pessoal dos sacerdotes, mas a sua função [...]. Por conseguinte, acredita que o Senhor Jesus está lá, invocado pela oração dos sacerdotes, Ele que disse: «Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 20). Por maioria de razão, onde está a Igreja, onde estão os mistérios, é lá que Ele se digna conceder-nos a Sua presença. Desceste ao baptistério. Recorda o que disseste: que crês no Pai, que crês no Filho, que crês no Espírito Santo. [...] Pelo mesmo compromisso da tua palavra, quiseste crer no Filho da mesma maneira que crês no Pai, acreditar no Espírito Santo da mesma maneira que crês no filho, apenas com a diferença que professas que é necessário crer na cruz do único Senhor Jesus.

 
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
publicado por spedeus às 00:00

23
Mar 09
«Pegar ou largar. Bento XVI não é do género de negociar as suas decisões. Vai directo pela estrada que Deus lhe indicou, mesmo que o preço seja a solidão”
 
 
(Excerto editorial “L’Espresso” de Sandro Magister– tradução JPR)
 
 
 
«Mas que quem é disse que o termo “restauração” é negativo?
 
Certo! Da forma como é entendido pelos media é sinónimo de obscurantismo, mas a mim recorda-me antes o trabalho do escultor, do restaurador de obras de arte.
 
Neste sentido, Bento XVI desejando pôr ordem na Igreja, está realmente trabalhando com o escopro e o pincel de um artista»
 
 
(Comentário da autora do blogue “Papa Ratzinger” ao editorial do diário “Il Messaggero” de Giovanni Sabbatucci – tradução de JPR)
publicado por spedeus às 10:06

Nas palavras de despedida, no aeroporto de Luanda, Bento XVI agradeceu a todas ao Presidente da República e às restantes autoridades angolanas, assim como aos Pastores e responsáveis das comunidades eclesiais. Uma especial palavra de reconhecimento reservou ainda o Papa aos meios de comunicação social, aos serviços de segurança e a todos os voluntários, que (disse) “com generosidade, eficiência e discrição, contribuíram para o bom êxito” da visita.
 
“Estou grato a Deus por ter encontrado uma Igreja viva e, apesar das dificuldades, cheia de entusiasmo, que soube carregar a sua cruz e a dos outros, testemunhar perante todos a força salvífica da mensagem evangélica. Ela continua a anunciar que chegou o tempo da esperança, empenhando-se na pacificação dos ânimos e convidando ao exercício duma caridade fraterna que saiba abrir-se ao acolhimento de todos, no respeito das ideias e sentimentos de cada um. É hora de me despedir para voltar a Roma, triste por vos deixar, mas feliz por ter conhecido de perto um povo corajoso e decidido a renascer. Não obstante as resistências e os obstáculos, este povo pretende construir o seu futuro caminhando por sendas de perdão, justiça e solidariedade”.
 
Num “apelo final”, Bento XVI quis ainda “pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos públicos, visto que a sua intenção – estou certo – é desempenhar a missão recebida, não para si mesmos, mas em vista do bem comum”.
 
“O nosso coração não pode estar em paz, enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de um tecto ou de outros bens fundamentais. Entretanto para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos em humanidade, o primeiro desafio a vencer é o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra entre todos os homens”.
 
De Luanda, o Papa quis estender o olhar para a África inteira, recordando que no próximo mês de Outubro no Vaticano, terá lugar a II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada a este continente. Neste contexto, Bento XVI invocou ainda a protecção e ajuda de Deus aos inúmeros refugiados e deslocados africanos que (disse) “vagueiam à espera de um retorno a casa”. “É como filhos e filhas que Deus vos ama. Ele vela sobre os vossos dias e noites, sobre as vossas fadigas e aspirações” – assegurou.
 
 
(Fonte: site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 09:55

publicado por spedeus às 00:05

2. A área socioeconómica

24. No mundo dos negócios, alguns dirigentes de empresas e certas corporações de homens e mulheres de negócios manifestam uma vontade firme de sanear e de reorganizar a economia dos seus países: as vias de comunicação em certas regiões, até mesmo a nível continental, melhoraram; instituições financeiras são criadas por Africanos, etc. Enfim, descobre-se uma vontade de criar riquezas para reduzir a pobreza e a miséria, melhorar a saúde das populações.
 
25. Estes esforços são ainda minimizados pelo mau funcionamento das instituições estatais que supostamente deveriam acompanhar os actores económicos. Porque falta um mercado interno africano susceptível de criar um ambiente económico favorável à produção local, os preços das produções locais, muitas vezes fixados pelos clientes, são baixos. Os pequenos produtores dificilmente têm acesso aos créditos e o mau estado das infra-estruturas de comunicação impede um escoamento fluido dos seus produtos. Acresce ainda que os jovens das aldeias, perante a inexistência de uma política agrária, não têm condições para aí ficarem. E a cidade não é a resposta uma vez que as taxas de desemprego aumentam. Os trabalhadores recebem salários indecentes, quando não se dá o caso de nem sequer receberem nada. Em certas regiões, a escravatura subsiste ainda. Os impostos são excessivamente elevados e, por vezes, abusivos. E a ajuda internacional às instituições preocupadas com a sorte das populações é, muitas vezes, subordinada a condições inaceitáveis. Quanto às matérias-primas, são exploradas com licenças das quais se ignoram os critérios de atribuição; a grande parte das receitas financeiras são desviadas por alguns gerando uma repartição desigual das riquezas na sociedade.

26. Os programas de reestruturação das economias africanas, propostos pelas instituições financeiras internacionais, revelaram-se muitas vezes funestas. As reestruturações “impostas” tiveram como consequência, por um lado, a fragilização das economias africanas e, por outro, a degradação do tecido social, causando o aumento das taxas de criminalidade, o alargamento do fosso entre ricos e pobres, o êxodo das zonas rurais e a superpopulação das cidades.

27. A crise alimentar e energética já bateu à porta do nosso continente e manifestam a urgência de soluções globais e de reacções éticas face às desordens organizadas dos mercados.

28. As multinacionais não cessam de invadir gradualmente o continente em busca de recursos naturais. Esmagam as companhias locais, adquirem milhares de hectares, expropriando as populações de suas terras, com a cumplicidade dos dirigentes africanos. Causam dano ao meio ambiente e desfiguram a criação que condiciona a nossa paz e o nosso bem-estar e com a qual as populações vivem em harmonia.

29. A crise financeira que atinge hoje as instituições financeiras afecta também o continente a vários níveis:

-os investimentos estrangeiros directos correm o risco de diminuir;

-as instituições financeiras africanas muito dificilmente beneficiarão do crédito das bancas ocidentais para, por sua vez, emprestarem às empresas e aos particulares, de tal modo que a economia real será afectada;

-a ajuda ao desenvolvimento arrisca-se a sofrer as devidas consequências, pois os projectos financiados com fundos estrangeiros (em dificuldade) poderão ser suspensos, e os vínculos dos países desenvolvidos relativamente aos países pobres correm igual risco;

-nos mercados desenvolvidos, devido à recessão, a procura de produções africanas (sobretudo de matérias primas) poderá baixar.

Uma reflexão se impõe acerca do facto de que a África (exceptuando a África do Sul) seja excluída da busca de soluções para o sistema financeiro internacional actual.

 
INSTRUMENTUM LABORIS II, 2, 24-29

(Fonte: site da Santa Sé)
publicado por spedeus às 00:04

publicado por spedeus às 00:02

07.30 - Missa privada na Capela da Nunciatura Apostólica.

10.00 - Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda Discurso do Papa

10.30 Partida do Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda para o Aeroporto Ciampino (Roma).
 
Itália

Roma

18.00 Chegada ao Aeroporto de Ciampino
 
 
(Fonte: site Agência Ecclesia)
publicado por spedeus às 00:01

Além do temperamento próprio (e todos os «temperamentos» são bons) e além de tantos auxílios interiores inescrutáveis, porque só Deus os sabe, o ambiente familiar foi decisivo para ele, aliás, como é para toda a gente. Mas o que também o que chama particularmente a atenção é verificar que desde muito cedo Nosso Senhor lhe vai exigindo heroicidade, a que ele responde com toda a lhaneza, com aquela simplicidade evangélica recomendada por Cristo: «Somos inúteis servos; não fizemos mais do que o que devíamos fazer» (Lc 17,10)
 

(Introdução à biografia “Missão cumprida” pelo Mons. Hugo de Azevedo)
publicado por spedeus às 00:01

São João 4, 43-54

Naquele tempo,
Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia.
Ele próprio tinha declarado
que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus,
porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém,
por ocasião da festa,
a que também eles tinham assistido.
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia,
onde convertera a água em vinho.
Havia em Cafarnaum um funcionário real
cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia,
foi ter com Ele
e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho,
que estava a morrer.
Jesus disse-lhe:
«Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu:
«Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus respondeu-lhe:
«Vai, que o teu filho vive».
O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito
e pôs-se a caminho.
Já ele descia,
quando os servos vieram ao seu encontro
e lhe disseram que o filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado.
Eles responderam-lhe:
«Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito:
«O teu filho vive».
E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus realizou,
ao voltar da Judeia para a Galileia.
publicado por spedeus às 00:00

22
Mar 09
Em Luanda, Bento XVI disse: "Não podemos esquecer que há tantos pobres em Angola que reclamam o respeito pelos seus direitos. Não os desiludam." O Papa disse isto à frente do Presidente angolano. Antes José Eduardo dos Santos fizera críticas a hábitos de corrupção no país. Uma e outra situação seriam impensáveis no passado. Nem o hóspede se permitia admoestar o dono da casa. Nem este daria explicações sobre a sua administração ao forasteiro. O que se passou, e toda a gente que acompanha a situação angolana concordará, é que a Igreja Católica soube ganhar o estatuto de ser ouvida: a sua admirável humildade e coragem durante 30 anos de guerra civil compraram esse direito. E levaram a mais: ontem, o Presidente angolano confirmou como pedra angular da formação do País o encontro, há 500 anos, de Angola e a Igreja. Mas há outra razão que permitiu os discursos de ontem e, essa, ainda muitos se recusam a admitir: Angola melhora. Sim, está longe da santidade, mas melhora. A ponto do Papa repousar nos seus governantes a esperança para os pobres: "Não os desiludam."
 

Ferreira Fernandes

(Fonte: site DN)
publicado por spedeus às 23:55

publicado por spedeus às 23:46

Mais de 1200 projectos de instituições católicas de apoio a doentes de sida atingem por ano pelo menos quatro milhões e meio de pessoas. Em África, estão dois terços destes programas - 800, ao todo - ligados a congregações religiosas de padres ou freiras. Nestas instituições a prioridade não é a distribuição do preservativo mas, em muitos casos, aconselha-se o seu uso em várias situações.

Os números são de um inquérito promovido em 2006 pela União dos Superiores Maiores (USG, da sigla italiana), que reúne os responsáveis das congregações católicas.

Esta rede envolve três mil padres e freiras, 16 mil voluntários e 15 mil funcionários. Os resultados foram apresentados em Roma, em Maio de 2008, pela missionária comboniana Maria Martinelli. A própria afirmou, na ocasião, que por vezes o preservativo é necessário.

Os dados não incluem projectos desenvolvidos por organizações não-governamentais católicas. A rede católica de combate à sida representa 27 por cento das instituições no mundo, segundo dados do Vaticano.

Nestas instituições, dá-se preferência ao tratamento anti-retroviral, prevenção da transmissão mãe-filho, aconselhamento, informação e erradicação do estigma. "O problema da sida é maior que o preservativo", diz ao PÚBLICO outra missionária que trabalha com o projecto da USG.
Ana Maria Francisco, médica e religiosa da congregação Filhas de África, é uma das responsáveis do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida para a província do Huambo (Angola). E fundou uma organização para o apoio a doentes de sida: Otchi Mumga (solidariedade, em umbundo). "Surgiu da necessidade de ajudar as pessoas."

Na polémica sobre o preservativo que esta semana atravessou a viagem do Papa, a irmã Ana Maria desvaloriza. "A Igreja defende a fidelidade e a abstinência", diz. "O meu testemunho é de alertar para a sexualidade responsável. Em último caso, aconselho o preservativo."

De acordo com o inquérito da USG, só em África há mil hospitais, mais de 5000 dispensários e 800 orfanatos ligados a congregações religiosas - muitos deles incluem o acompanhamento de doentes de sida. No continente, estão 70 por cento dos infectados pelo HIV-SIDA/AIDS.

Ainda referindo o que se passa em África, a maioria das instituições tem projectos na área da educação e informação (96 por cento dos 800 projectos). Seguem-se a erradicação do estigma (72 por cento), os testes e aconselhamento (48), o tratamento anti-retroviral (39) e a prevenção da transmissão mãe-filho (27) - muitas delas trabalham diferentes áreas.

Maria Martinelli notava, na apresentação do relatório, que uma das dificuldades destas instituições é o reduzido número de laboratórios disponíveis - apenas 16 por cento. A par da pobreza, e da falta de medicamentos e financiamento.

Um dos projectos não incluído no inquérito é o Dream, promovido pela Comunidade de Sant'Egídio desde 2002. Com 31 centros em 10 países africanos, o programa já atingiu cerca de um milhão de pessoas. Em declarações ao PÚBLICO, Steffano Scapparucci, um dos coordenadores do projecto, diz que a prioridade é dar às pessoas as mesmas terapias disponíveis no Ocidente, de modo a reduzir o contágio. "Acreditamos que o melhor tipo de tratamento, dado gratuitamente, é necessário também em África."

Foi com essa ideia que o programa criou 18 laboratórios de biologia molecular - três dos quais em Moçambique. O Dream centra-se muito na prevenção da transmissão mãe-filho, mas actua também noutras áreas - como os 3300 profissionais africanos já formados. Sete mil crianças já nasceram sãs em virtude da prevenção - cada uma custou 400 euros, cada paciente custa anualmente 600 euros.

Também Scapparucci diz que o preservativo não é problema. "Em África, a mulher é muito débil. Com a poligamia, é muito difícil impor o uso do preservativo. Há um problema cultural, em primeiro lugar. O que temos que mostrar é que, com a terapia, é possível ter uma vida com futuro."

Resultado? Centenas de mulheres que beneficiaram do projecto tornaram-se "activistas", dando a cara, formando e sensibilizando outras.
 
 
António Marujo
 
 
(Fonte: Público online em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370359 )
publicado por spedeus às 20:08

publicado por spedeus às 19:15

21. Os problemas submetidos aos Padres sinodais interpelam profundamente a consciência cristã. Estes problemas encontram-se não apenas na sociedade mas, também, na própria Igreja, porque os cristãos são também filhos e filhas das suas sociedades. «As Igrejas de África (…) carregam todas em si esta fragilidade da situação actual dos Países africanos a todos os níveis institucionais, financeiros, teológicos, culturais e até jurídicos». Podemos reagrupá-los em três áreas: política, económica e cultural.
 
1.      A área sociopolítica
 
22. Nestes últimos anos, no plano político, despontaram sinais que fazem esperar uma maturação das consciências cívicas: uma sociedade civil activa faz-se cada vez mais visível na luta pelos direitos humanos; homens e mulheres políticos mostram-se desejosos do renascimento do continente em todos os aspectos, e a preocupação por uma resolução inter-africana dos conflitos, testemunhada aqui e além, atesta que certas pessoas das classes políticas africanas possuem uma consciência aguda de que lhes incumbe educar politicamente os seus povos e guiar as suas nações para uma via de paz e de prosperidade.
 
23. Contudo, a sociedade continua a lutar para se libertar de múltiplos entraves. Alguns dirigentes políticos dão sinais de insensibilidade quanto às necessidades do seu povo, procuram os seus interesses pessoais, desprezam as noções de bem comum, perdem o sentido de Estado e dos princípios democráticos, elaboram políticas tendenciosas, facciosas, de clientelismo, etnocêntricas, e fomentam a divisão para reinar. Nalguns lugares, os partidos no poder tendem a identificar-se com o Estado. A noção de autoridade concebe-se então como “poder” – partido no poder, partilha de poderes – e não como “serviço” (cf. Mt 20,24ss; ver também 1 Rs 3). Por outro lado, verificamos, que infelizmente homens e mulheres na política evidenciam uma falta de cultura grave em matéria política, violam sem qualquer escrúpulo os direitos humanos e instrumentalizam a religião, tanto quanto as instituições religiosas, das quais ignoram, por outro lado, a missão e a função na sociedade. Não é de estranhar, por isso, que aos diferendos políticos eles se oponham com respostas beligerantes. A falta de consciência e de educação cívica dos cidadãos é, então, explorada em detrimento destes últimos. Ora, só um ambiente político estável pode favorecer o progresso económico e o desenvolvimento sociocultural.

 
INSTRUMENTUM LABORIS I, 21 – II, 1, 22-23
 

(Fonte: site da Santa Sé) 
publicado por spedeus às 18:58

O Papa sublinha o papel insubstituível da mulher na sociedade. Isto durante um encontro com mulheres angolanas.

 

“Num mundo como o actual, dominado pela técnica, sente-se necessidade desta complementaridade da mulher, para o ser humano poder viver nele sem se desumanizar de todo. Pense-se nas terras onde abunda a pobreza, nas zonas devastadas pela guerra, em tantas situações trágicas resultantes das emigrações forçadas ou não. São quase sempre as mulheres que lá mantêm intacta a dignidade humana, defendem a família e tutelam os valores culturais e religiosos”, disse.

 
Bento XVI participou no encontro organizado pela PROMAICA – Organização para a Promoção da Mulher Angolana da Igreja Católica – onde estiveram centenas de mulheres.
 
A visita oficial do Sumo Pontífice a Angola termina amanhã.
 
 
 
(Fonte: site RR)
publicado por spedeus às 18:31

Bento XVI fala nas «trevas» em África e apela à reconciliação entre os angolanos
 
Um mar de peregrinos, que as autoridades estimam em mais de 2 milhões de pessoas, inundou este Domingo os 20 hecatares da esplanada da Cimangola, nos arredores de Luanda, capital de Angola.
 
Bento XVI presidiu à Eucaristia, no Dia nacional de oração e reconciliação. Este é o maior banho de multidão da primeira viagem do Papa a África, que se iniciou nos Camarões, a 17 de Março, e um dos maiores do pontificado.
 
“Não posso esconder a alegria que sinto por estar hoje convosco, nesta bela e sofrida terra que é Angola, terra da Mamã Muxima, terra de tantos filhos da Igreja. Abraço-vos de todo o coração”, começou por dizer o Papa.
 
Bento XVI incluiu nas suas intenções para esta celebração os dois jovens que ontem perderam a vida na entrada para o Estádio dos Coqueiros, deixando a sua “solidariedade” e “mais vivo pesar” aos seus familiares e amigos, “até porque vieram para me encontrar”. O Papa lembrou ainda os feridos do incidente de Sábado, rezando pelo seu rápido restabelecimento.
 
Com o Papa estão a concelebrar os Bispos da Conferência Inter-Regional da África Austral.
 
"A Igreja em Angola e na África inteira está destinada a ser, perante o mundo, um sinal da unidade a que é chamada toda a família humana mediante a fé em Cristo Redentor", declarou.
 
O Papa dirigiu uma saudação "com grande afecto no Senhor", às comunidades católicas angolandas "de Luanda, Bengo, Cabinda, Benguela, Huambo, Huíla, Kuando Kubango, Cunene, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Namibe, Moxico, Uíge e Zaire".
 
Num dia especial para a Igreja em Angola, o Papa defendeu que a reconstrução de um país "deve começar nos corações e nos pequenos sacrifícios quotidianos”.
 
"Vós sabeis, por amarga experiência, que o trabalho de reconstrução - ao contrário da repentina fúria devastadora do mal - é penosamente lento e duro, requer tempo e fadiga e perseverança", afirmou.
 
O Evangelho, acrescentou, “ensina-nos que a reconciliação – uma verdadeira reconciliação – só pode ser fruto de uma conversão, de uma mudança do coração, de um novo modo de pensar. Ensina-nos que só a força do amor de Deus pode mudar os nossos corações e fazer-nos triunfar sobre o poder do pecado e da divisão”.
 
“Vim a África precisamente para proclamar esta mensagem de perdão, de esperança e de uma nova vida em Cristo”, precisou.
 
Antes, o Papa evocara “as terríveis consequências da guerra civil, que pode destruir tudo o que tem valor: famílias, comunidades inteiras, o fruto das canseiras humanas, as esperanças que guiam e sustentam a sua vida e o seu trabalho”:
 
“Trata-se, infelizmente, de uma experiência demasiado familiar a toda a África: a força destrutiva da guerra civil, a queda na voragem do ódio e da vingança, a delapidação dos esforços de gerações de gente boa”, apontou.
 
Segundo o Papa, “quando a Palavra do Senhor – uma Palavra que visa a edificação dos indivíduos, das comunidades e da família humana inteira – é descurada e a lei de Deus é ridicularizada, desprezada e achincalhada, o resultado só pode ser destruição e injustiça: a humilhação da nossa humanidade comum e a traição da nossa vocação de filhos e filhas do Pai misericordioso, irmãos e irmãs do seu dilecto Filho”.
 
Evocando a II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema «A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz», Bento XVI pediu orações por essa intenção: “Hoje peço-vos para rezardes, em união com todos os nossos irmãos e irmãs da África inteira, para que cada cristão deste grande continente experimente o toque salutar do amor misericordioso de Deus e a Igreja em África se torne «lugar de autêntica reconciliação para todos, graças ao testemunho dado pelos seus filhos e filhas»”.
 
Bento XVI pediu ainda aos presentes que façam “com que as vossas paróquias se tornem comunidades, onde a luz da verdade de Deus e a força do amor reconciliador não sejam apenas celebradas, mas manifestadas em obras concretas de caridade".
 
Trevas em África
 
Recordando aos presentes nesta missa a luz de Cristo recebida no baptismo, o Papa pediu-lhes que fossem “fiéis a este dom, certos de que o Evangelho pode revigorar, purificar e enobrecer os profundos valores humanos da vossa cultura originária e das vossas tradições: famílias solidárias, profundo sentido religioso, celebração festiva do dom da vida, apreço pela sabedoria dos mais velhos e pelas aspirações do jovens”.
 
Pediu também gratidão para com os missionários que “tanto contribuíram, e contribuem, para o desenvolvimento humano e espiritual deste país”:
 
“Senti-vos agradecidos pelo testemunho de tantos pais e professores cristãos, de catequistas, presbíteros, religiosas e religiosos, que sacrificaram a sua vida pessoal para vos transmitir este tesouro precioso”, prosseguiu.
 
Em seguida, o Papa falou nas “nuvens do mal obscureceram tragicamente também a África, incluindo esta amada nação angolana”.
 
“Pensemos no flagelo da guerra, nos frutos terríveis do tribalismo e das rivalidades étnicas, na avidez que corrompe o coração do homem, reduz à escravidão os pobres e priva as gerações futuras dos recursos de que terão necessidade para criar uma sociedade mais solidária e justa: uma sociedade verdadeira e autenticamente africana nos seus valores”, assinalou.
 
“E que dizer daquele insidioso espírito de egoísmo que fecha os indivíduos em si mesmos, divide as famílias e, espezinhando os grandes ideais de generosidade e abnegação, conduz inevitavelmente ao hedonismo, à fuga para falsas utopias através do uso da droga, à irresponsabilidade sexual, ao enfraquecimento do vínculo matrimonial, à destruição das famílias e à eliminação de vidas humanas inocentes por meio do aborto?”, questionou ainda.
 
Neste contexto, o Papa sublinhou que “a palavra de Deus é uma palavra de esperança sem limites”.
 
“Deus nunca nos considera um caso perdido. Continua a convidar-nos para erguermos os olhos para um futuro de esperança, e promete-nos a força para o realizar”, assegurou.
 
Quase a concluir, Bento XVI dirigiu-se especialmente aos jovens angolanos e a todos os jovens da África: “Queridos jovens amigos, vós sois a esperança do futuro do vosso país, a promessa de um amanhã melhor”.
 
“Procurai conhecer a vontade de Deus a vosso respeito, ouvindo diariamente a sua palavra e permitindo à sua lei de modelar a vossa vida e as vossas relações”, pediu. No final da sua homilia, que teve passagens lidas em inglês, o Papa deixou uma palavra de encorajamento aos angolanos e a todos os cristãos da África meridional: “Olhai o futuro com esperança, confiai nas promessas de Deus e vivei na sua verdade. Deste modo, construireis algo destinado a permanecer e deixareis às gerações futuras uma herança duradoura de reconciliação, justiça e paz”.
 
As leituras da celebração foram proclamadas em português e inglês; na oração universal foram utilizadas várias das línguas locais.
 
Um momento de grande colorido aconteceu na apresentação das ofertas, ao som de ritmos africanos, com representantes de diversas regiões de Angola a levarem produtos que a terra oferece.
 
O Coro que anima a Missa é composto por cerca de 600 pessoas.O altar, construído numa estrutura de aço, com 600 metros quadrados, está no topo norte do recinto.
 
O Arcebispo de Luanda, D. Damião António Franklin, saudou o Papa no início da celebração, apresentando os Bispos da I.M.B.I.S.A e renovando as "boas-vindas" a Bento XVI.
 
O Arcebispo de Luanda, que falava em nome dos Bispos da África austral, referiu que todos querem preservar a sua esperança num mundo melhor, com base na mensagem que o Papa veio transmitir a África.
 
No final da Missa, antes da recitação do Angelus, o Papa pediu que os cristãos de todo o mundo "voltem os seus olhos para África, para este grande continente tão cheio de esperança, mas tão sedento ainda de justiça, paz, desenvolvimento são e integral, que possa assegurar ao seu povo um futuro de progresso e de paz".
 
I.M.B.I.S.A.
 
O I.M.B.I.S.A. (Reunião inter-regional dos Bispos da África Austral) reúne 6 Conferências episcopais: Lesoto (LCBC), Moçambique (CEM), Namíbia (NCBC), Zimbabué (ZCBC), Angola - São Tomé e Príncipe (CEAST) e África do Sul, que inclui a Suazilândia e Botswana (SACBC).
 
Estas nove nações juntas correspondem a 11,36% da população africana. Em média, em toda a área, os católicos representam 27% dos habitantes.
 
O organismo eclesial nasceu sob o influxo do Concílio Vaticano II e no contexto dos desafios que a apartheid punha na região sul-africana.
 
Um primeiro encontro para trocar ideias e propostas aconteceu durante o Primeiro Sínodo africano (Roma – 1994). No ano seguinte, no mês de Abril, em Pretoria, África do Sul, houve um primeiro encontro organizado, ainda que a data oficial seja a de 1978, durante uma Assembleia no Lesoto.
 
Em 1980 nasceu o Secretariado com sede em Maseru, capital do Lesoto. Durante a plenária de 1984, no Zimbabué, os Bispos decidiram modificar a estrutura do I.M.B.I.S.A. introduzindo as Assembleias plenárias, um comité de presidência permanente e um secretariado, cuja sede, desde então, se encontra em Harare (Zimbabué).
 
 
 
Internacional Octávio Carmo 22/03/2009 11:00 9164 Caracteres 43 Bento XVI - Angola e Camarões
 
 
 
 
(Fonte: Agência Ecclesia)
 
 
Nota: o Angelus antes da bênção final foi rezado em português
publicado por spedeus às 11:06

Um dos momentos mais marcantes da visita de Bento XVI a África, que se iniciou no passado dia 17, com a primeira etapa em Yaoundé (Camarões) acontecerá este Domingo na Igreja de Santo António, em Luanda, quando o Papa se encontrar com a liderança dos movimentos católicos para a promoção da mulher em Angola.

 

Neste encontro, num momento de oração, vai rezar-se para que a mulher angolana “seja sempre construtora da paz, promotora da solidariedade e defensora da vida”. A oração lembra as “mães solteiras que não encontram acolhimento na família nem na sociedade” e “todas as mulheres maltratadas, violentadas, oprimidas por tantos problemas sociais”.

 

O longo ciclo das guerras teve como consequência o facto de 60 a 70% da população de Angola viver abaixo do limiar de pobreza, o que atingiu de maneira particular as mulheres e as crianças.

 

Apenas 40% das mulheres angolanas tem um emprego formal, no sector público ou privado, enquanto que 60% sobrevive com trabalhos informais e mal pagos.

 

No documento que vai orientar os trabalhos do próximo Sínodo para a África pode ler-se que “um grande número de Igrejas particulares considera que a dignidade da mulher está ainda por promover, tanto na Igreja como na sociedade”.

 

Em particular, aponta-se o dedo a “certas crenças e práticas negativas das culturas africanas exigem, todavia, uma vigilância particular: a feitiçaria dilacera as sociedades rurais e urbanas e, em nome da cultura ou da tradição ancestral, a mulher torna-se uma vitima dos preceitos em matéria de herança e dos ritos de viuvez, da mutilação sexual, do casamento forçado, da poligamia, etc.”.

 

“A mulher continua a ser subjugada em todas as regiões sob diversas formas: as violências domésticas, expressão do domínio dos homens sobre as mulheres; a poligamia que desfigura o rosto sacro do matrimónio e da família, também pela competição entre as mulheres e crianças por elas geradas; a falta de respeito pela dignidade e os direitos das viúvas; a prostituição; a mutilação dos órgãos genitais das mulheres”, acrescenta-se.

 

Numa visão mais interna, defende-se que “o papel das mulheres seria mais eficaz se a Igreja-Família lhes confiasse uma missão mais visível ou as envolvesse de modo mais claro, humanizando assim de forma substancial as sociedades africanas”.

 

500 mil

 

A Igreja Católica espera a presença de 500 mil fieis para na Missa presidida por Bento XVI, esta manhã, com inicio ás 10h00, no largo da Cimangola, em Luanda.

 

A informação foi avançada pelo coordenador da comissão de actividades da vinda do Papa a Angola, D. Filomeno Vieira Dias, em conferência de imprensa.

 

Segundo o Bispo, no local espera-se pela presença de católicos vindos de todas às províncias do país, que, além das delegações arquidiocesanas oficiais, contarão também com fiéis que o farão a título individual.

 

 

(Fonte: site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 09:18

Bento XVI anunciou esta Sexta-feira, em Luanda, a criação da Diocese do Namibe e nomeou como primeiro Bispo o padre Mateus Feliciano Tomás, pároco da catedral de Huambo, doutorado em Teologia Moral, que também desempenhava as funções de chanceler e de professor no Seminário Maior de Cristo Rei no Huambo.

 O Papa fez a revelação no encontro que manteve com os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), no âmbito da sua visita pastoral a Angola.

Namibe pertencia à Arquidiocese do Lubango. É uma cidade e município de Angola, capital da província com o mesmo nome. Tem 8916 quilómetros quadrados e cerca de 162 mil habitantes.
Foi fundada em 1840 e, até 1985, foi denominada Moçâmedes. É o terceiro maior porto de Angola, depois de Luanda e Lobito. É também o terminal do caminho-de-ferro do Namibe.
 
Actualmente, as Dioceses de Angola estão assim distribuídas: Arquidiocese de Luanda, que tem como sufragâneas as Dioceses de Cabinda, Mbanza Congo, Uíje, Malanje, Saurimo, Novo Redondo e Ndalatando; Arquidiocese do Huambo, que tem como sufragâneas as Diocese de Benguela, Kwito-Bié e Lwena; Arquidiocese de Lubango, que tem como sufragâneas as Diocese de Menongue, Ondjiva e agora Namibe.
 

(Fonte: site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 00:03

«Depois, acabada a oração, tu dizes: Ámen, corroborando com o Ámen, que significa “Assim seja, que isso se faça”, tudo o que está contido na «oração que Deus nos ensinou»
 

(S. Cirilo de Jerusalém)
publicado por spedeus às 00:02

10.00 - Missa com os Bispos da I.M.B.I.S.A. (Interregional Meeting of Bishops of Southern Africa) na Esplanada de Cimangola em Luanda Homilia do Papa
 
12.00 - Oração do Angelus na Esplanada de Cimangola Palavras do Papa
 
16.45 - Encontro com os Movimentos Católicos para a Promoção da Mulher na Paróquia de Santo António de Luanda Discurso do Papa
 
 
(Fonte: site Agência Ecclesia)
publicado por spedeus às 00:01

publicado por spedeus às 00:00

21
Mar 09

 

“Deus é o futuro da humanidade nova”. “A renovação começa por dentro” e implica “dar a vida por amor, morrer por amor”. Como uma semente, que dará o seu fruto. Estas algumas das linhas fundamentais da vibrante alocução que Bento XVI dirigiu aos jovens angolanos congregados neste sábado à tarde no estádio dos Coqueiros, em Luanda. O Papa exortou também à “coragem da aventura”, ousando “tomar decisões definitivas”; sob pena de se “ficar uma eterna criança”.
 
Bento XVI começou por agradecer aos jovens a sua presença neste encontro, “para encontrar o Sucessor de Pedro” e com ele “proclamar a todos a alegria de acreditar em Jesus Cristo e renovar o compromisso de ser seus discípulos fiéis”.


“Encontrar os jovens faz bem a todos! Talvez tenham tantas dificuldades, mas trazem consigo tanta esperança, tanto entusiasmo e tanta vontade de recomeçar. Jovens amigos, guardais dentro de vós próprios a dinâmica do futuro”.


O Papa lembrou “Deus faz-nos diferentes, faz-nos novos. Tal é a promessa que Ele mesmo nos faz: «Vou renovar todas as coisas». E é verdade! Diz-no-lo o apóstolo São Paulo: «Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo. Tudo isto vem de Deus, que por meio de Jesus Cristo nos reconciliou consigo».”


“O futuro da humanidade nova é Deus; antecipação inicial disso mesmo é a sua Igreja. Quando puderdes, lede com atenção a sua história: dar-vos-eis conta que a Igreja, com o passar dos anos, não envelhece; antes, torna-se cada vez mais jovem, porque caminha ao encontro do Senhor, aproximando-se cada vez mais da única e verdadeira fonte donde brota a juventude, a novidade, a regeneração, a força da vida. / Amigos que me escutais, o futuro é Deus.”


Bento XVI evocou a presença, neste encontro, no estádio dos Coqueiros, de “alguns dos milhares de jovens angolanos mutilados em consequência da guerra e das minas”: “penso nas lágrimas sem conta que muitos de vós verteram pela perda dos familiares, e não é difícil imaginar as nuvens cinzentas que ainda cobrem o céu dos vossos sonhos melhores…” – admitiu o pontífice. Perante estes sofrimentos e perplexidades, que dizer? O Papa cita as palavras de Jesus: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar».
 
“Jesus não nos deixa sem resposta; diz-nos claramente uma coisa: a renovação começa dentro; sereis dotados de uma força do Alto. A força dinâmica do futuro está dentro de vós.
Está dentro… como? Como a vida está dentro de uma semente: assim o explicou Jesus, numa hora crítica do seu ministério.”


O entusiasmo inicial suscitado pelo Evangelho anunciado, os doentes curados e os demónios expulsos, dá lugar a uma nova fase de desânimo e descrença, ao ponto de muitos discípulos abandonarem o Mestre. E todos se interrogavam: Afinal que vale esta mensagem? Foi então que Jesus falou de um semeador que semeia no campo do mundo, explicando que a semente é a sua Palavra:


“E todavia na semente está presente o futuro, porque a semente traz em si o pão de amanhã, a vida de amanhã. A semente parece quase nada, mas é a presença do futuro, é promessa já presente hoje; quando cai em terra boa, frutifica trinta, sessenta e até cem vezes mais.
 
Meus amigos, vós sois uma semente lançada por Deus à terra, que traz no coração uma força do Alto, a força do Espírito Santo. Mas, para passar da promessa de vida ao fruto, o único caminho possível é dar a vida por amor, é morrer por amor.”


Foi o próprio Jesus que o disse: «Se a semente, caindo na terra, não morrer fica ela só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo perde a sua vida conservá-la-á para a vida eterna»


“Jovens amigos, sementes dotadas com a força do mesmo Espírito eterno, desabrochai ao calor da Eucaristia, onde se realiza o testamento do Senhor: Ele dá-Se a nós, e nós respondemos dando-nos aos outros por amor d’Ele. Tal é o caminho da vida; mas só o podereis percorrer graças a um constante diálogo com o Senhor e um verdadeiro diálogo entre vós.”

Quase a concluir, o Papa encorajou os jovens à coragem de decisões definitivas, superando o medo de se comprometer para uma vida inteira quer no matrimónio quer numa vida de especial consagração. “Quando o jovem não se decide, corre o risco de ficar uma eterna criança!” – advertiu.


“Eu digo-vos: Coragem! Ousai decisões definitivas, porque na verdade são as únicas que não destroem a liberdade, mas lhe criam a justa direcção, possibilitando seguir em frente e alcançar algo de grande na vida. Sem dúvida, a vida só pode valer se tiverdes a coragem da aventura, a confiança de que o Senhor nunca vos deixará sozinhos. Juventude angolana, liberta dentro de ti o Espírito Santo, a força do Alto!”


O Bispo de Ndalatando D. Almeida Kanda, Presidente da Comissão Episcopal da Juventude, começara por saudar o Papa: “Cada jovem angolano é um aliado natural de Cristo”.
“Espero de vossa santidade uma palavra orientadora que os confirme na sua vocação”, nesta hora de “reconstrução nacional”, acrescentou.

Depois, iniciou-se um momento cultural que representava o mosaico angolano, com diversas actuações ao som de apitos, tambores, danças cânticos tradicionais.

No final, foi lida a Mensagem dos jovens a Bento XVI, na qual estes afirmaram que "após os escombros da guerra" estão conscientes das dificuldades que "vão contra os valores evangélicos", como a SIDA, o aborto ou a droga.
 
Alguns jovens casados, sacerdotes, religiosos(as) apresentaram-se diante do Papa, a quem oferecem alguns presentes do artesanato local: esculturas do mapa de Angola, da Palanca Negra e do Pensador.

No fim, alguns deles apresentaram o seu testemunho: um jovem padre sobre a história da sua vocação, outro que apresentou a sua recuperação de uma vida marcada pelos vícios, outro que falou do percurso que o levou até ao casamento.

O encontro concluiu-se com uma oração em que Bento XVI refere que “é difícil ser jovem hoje”. O Papa reza a Jesus pelos jovens: “Dá-lhes um coração bom e puro, manso e humilde como o Teu. Purifica os seus pensamentos e desejos, os seus olhares, palavras e acções”.
 
(Fonte: site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 19:19

D. António Vitalino, Bispo de Beja, diz na sua nota semanal para a “Rádio Pax” que “muitos responsáveis de governos, sobretudo europeus, incluídos alguns portugueses, resolveram pegar nessa notícia distorcida e incompleta para tecer duras críticas à Igreja e ao Papa, esquecendo toda a obra de evangelização e de promoção cultural, social e sanitária desenvolvida pela Igreja católica e suas instituições, sobretudo nos países pobres onde há liberdade religiosa e se permite às Igrejas desenvolver a sua actividade”.

“Talvez com essas reacções estes responsáveis queiram abafar o pouco que fazem pelo desenvolvimento deste continente, por vezes com métodos de nova colonização, explorando as suas matérias-primas, por um lado, e, por outro, inundando-os de subprodutos industriais e poluentes”, atira.

Segundo D. António Vitalino, “na sua resposta o Papa não disse que era contra o preservativo, mas sim que esta praga não se combate só com slogans publicitários do preservativo, pois é um problema de fundo da educação e da pessoa humana”.

“A humanização da sexualidade, o respeito pela dignidade das pessoas, a fidelidade conjugal, a ajuda aos doentes, a luta contra o comércio sexual e a escravidão da mulher, são remédios muito mais profundos que as técnicas da indústria dos países desenvolvidos, comercializadas e impostas aos pobres do terceiro mundo”, indica o Bispo de Beja.

Esta ideia de que o preservativo pode ser uma espécie de “violência cultural” imposta a uma África que nunca teve mentalidade contraceptiva está presente no pensamento do Papa.
 
 

(Fonte: Site Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 19:15

Quando o Papa diz seja o que for, a primeira coisa que se perfila é um vasto pelotão de flibusteiros e engraçadinhos que não ouve o que o Papa diz mas comenta o que gostaria que ele tivesse dito. Qualquer cronista avançado e com gosto pela heresia (que é hoje muito fácil e bem remunerada) diz duas alarvidades a jeito.
 
O mais preocupante é ver a insuspeita quantidade de especialistas em teologia e história eclesial que logo se ergue nas rádios e nos jornais, como se fossem católicos de ir à missa e se importassem muito com os pobres que morrem de sida. O ideal, para estes cavalheiros, seria um Papa que defendesse o aborto, o sexo com animais e a distribuição de preservativos nas escolas. Isso sim, seria moderno, fracturante e capaz de chamar fiéis. Fiéis – não se sabe a quê.
 

Francisco José Viegas
 
publicado por spedeus às 19:11

Nos últimos meses eu diria que era quase ‘non-stop’ a campanha que visa denegrir e difamar a figura de Bento XVI.
 
Ninguém esperava que um Pontífice com quase 82 anos, tivesse tamanha capacidade intelectual e de trabalho, que nos confronta quase diariamente com catequeses, seja nas Encíclicas, no Angelus, na Audiência das quartas-feiras, nas homílias, nos discursos, nas mensagens e nas cartas que nos dirige.
 
Eu diria, que ainda bem que assim é, porque o ataque significa desespero e incapacidade intelectual de o combater ao mesmo nível e então optam pela mentira, manipulação e deturpação.
 
Pena é, que quem mais obrigação tinha de serenidade e compreensão, leia-se membros do episcopado, muitas vezes estejam na primeira linha da maledicência, pondo-se em bicos dos pés para ocupar espaço naquela comunicação social sempre ávida de atacar o Papa, tendo a preocupação hipócrita de “dar uma o cravo e outra na ferradura”, seria melhor que estivessem calados.
 
Lá diz o povo, é duro, mas é  oque penso e sinto, “os cães ladram e a caravana passa “.
 
(JPR)
publicado por spedeus às 15:01

O Padre Lombardi, em conferência de imprensa, esclareceu algumas dúvidas provocadas, pela imprensa francesa, a propósito das declarações do Papa sobre o aborto.

 

A notícia saiu dizendo que o Papa condenava o aborto terapêutico, mesmo em situações de risco.

 

O porta-voz do Vaticano disse hoje que o Papa condena o conceito de saúde reprodutiva como um meio para divulgar o aborto como forma de planeamento familiar. É contra isso que o Papa se pronunciou, disse o Padre Lombardi. Bento XVI nunca falou no aborto terapêutico, já que a Igreja, nos casos de haver uma situação de grave risco para a mãe aceita o aborto terapêutico.

 

Esta conferência de imprensa, que incluiu ainda um bispo de língua inglesa e um bispo angolano que, na sua qualidade de antigo secretário para os serviços de informação da Conferência Episcopal de Angola, ajudou a esclarecer uma dúvida que surgiu hoje de manhã no discurso do Papa, na Igreja de São Paulo.

 

O Papa pediu aos cristãos angolanos para também evangelizar outros seus irmãos que crêem nas feitiçarias, que muitas vezes condenam meninos da rua e até mais velhos, chegando mesmo a matá-los.

 

Uma questão que está espalhada em algumas tribos no norte de Angola, explicou o Bispo angolano, acrescentando que foram importantes as palavras do Papa para os ajudar a confirmar na fé e a esclarecer que isso é uma crença que só traz sub-desenvolvimento, porque de um modo geral a população acredita facilmente nos espíritos malignos.

 

ML/Aura Miguel

 

(Fonte: site RR)

publicado por spedeus às 14:35

São João 3, 14-21
 
Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus.
E a causa da condenação é esta:
a luz veio ao mundo
e os homens amaram mais as trevas do que a luz,
porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más acções
odeia a luz e não se aproxima dela,
para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz,
para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus.
publicado por spedeus às 12:00

Na manhã deste Sábado Bento XVI celebra a Santa Missa na igreja de São Paulo, com a participação em particular dos movimentos eclesiais e catequistas. Este o texto integral da homilia dedicada á evangelização: o Santo Padre salientou que para anunciar Cristo é necessário primeiro encontrá-lo, como foi fundamental na vida de Paulo o seu encontro com Jesus.

 

 
Queridos irmãos e irmãs,
Amados trabalhadores da vinha do Senhor!
 
 
Como ouvimos, os filhos de Israel diziam uns para os outros: «Procuremos conhecer o Senhor». Animavam-se com estas palavras, vendo-se submersos de tribulações. Estas caíram sobre eles – explica o profeta –, porque viviam na ignorância de Deus; o seu coração era pobre de amor. E o único médico capaz de o curar era o Senhor. Mais, foi Ele, como bom médico, que abriu a ferida, para a chaga sarar. E o povo decide-se: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará» (Os 6, 1). Assim puderam encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina, que nada mais deseja senão acolher os miseráveis.Vemo-lo na página do Evangelho proclamada: «Dois homens subiram ao templo para orar»; de lá, um «desceu justificado para sua casa e o outro não» (Lc 18, 10.14).
 
 
 
Este último expusera todos os seus méritos diante de Deus, quase fazendo d’Ele um seu devedor. No fundo, não sentia necessidade de Deus, embora Lhe dê graças porque lhe concedeu ser tão perfeito e «não como este publicano». Mas será precisamente o publicano a descer para casa justificado. Consciente dos seus pecados, que o fazem estar de cabeça baixa – na realidade, porém, todo voltado para o Céu –, tudo espera do Senhor: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). Bate à porta da Misericórdia, que se abre e o justifica, «porque – conclui Jesus – todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado» (Lc 18, 14).
 
 
De Deus, rico em Misericórdia, fala-nos por experiência própria São Paulo, patrono da cidade de Luanda e desta magnífica igreja, construída há quase cinquenta anos. Quis assinalar o bimilenário do nascimento de São Paulo com o Jubileu Paulino em curso, para dele aprendermos a conhecer melhor Jesus Cristo. Eis o testemunho que o apóstolo nos deixou: «É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles. Mas, se alcancei misericórdia, foi para que em mim, primeiramente, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência. Eu era um exemplo para os que viriam a acreditar n’Ele, a fim de alcançarem a vida eterna» (1 Tim 1, 15-16). E, com o passar dos séculos, o número de agraciados não parou de aumentar. Tu e eu, somos um deles. Dêmos graças a Deus porque nos chamou a entrar nesta procissão dos tempos para fazer-nos avançar para o futuro. Seguindo aqueles que seguiram Jesus, com eles seguimos o próprio Cristo e assim entramos na Luz.
 
 
 
Amados irmãos e irmãs, é uma grande alegria poder encontrar-me hoje no meio de vós, meus companheiros de jornada na vinha do Senhor; dela cuidais diariamente, preparando o vinho da Misericórdia divina e derramando-o nas feridas do vosso povo tão atribulado. O Senhor Dom Gabriel Mbilingi fez-se intérprete das vossas esperanças e fadigas nas amáveis palavras de boas-vindas que me dirigiu. Com ânimo grato e cheio de esperança, saúdo a todos vós – mulheres e homens dedicados à causa de Jesus Cristo – que aqui vos encontrais e quantos representais: bispos, presbíteros, consagradas e consagrados, seminaristas, catequistas, líderes dos mais variados movimentos e associações desta amada Igreja de Deus. Desejo aqui fazer menção das religiosas contemplativas, presença invisível mas extremamente fecunda para os passos de todos nós. Seja-me permitida enfim uma palavra particular de saudação aos Salesianos e aos fiéis desta paróquia de São Paulo que nos acolhem na sua igreja, não tendo para isso hesitado em ceder-nos o lugar que habitualmente lhes cabe na assembleia litúrgica. Soube que se reuniram no campo adjacente e espero, no fim desta Eucaristia, vê-los e abençoá-los, mas desde já lhes digo: «Muito obrigado! Deus suscite entre vós e por vós muitos apóstolos que sigam as pegadas do vosso Padroeiro».Fundamental na vida de Paulo foi o seu encontro com Jesus, quando ia a caminho de Damasco: Cristo aparece-lhe como luz deslumbrante, fala-lhe, conquista-o. O apóstolo viu Jesus ressuscitado, ou seja, o homem na sua estatura perfeita. Dá-se então nele uma inversão de perspectiva, passando a ver tudo a partir desta estatura final do homem em Jesus: o que antes lhe parecia essencial e fundamental, agora para ele não passa de «lixo»; já não é «lucro», mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo (cf. Fil 3, 7-8). Não se trata simplesmente de uma maturação do «eu» de Paulo, mas de morte para si mesmo e de ressurreição em Cristo: morreu nele uma forma de existência; uma forma nova nasceu nele com Jesus ressuscitado.
 
 
Meus irmãos e amigos, «procuremos conhecer o Senhor» ressuscitado! Como sabeis, Jesus, homem perfeito, é também o nosso Deus verdadeiro. N’Ele, Deus tornou-Se-nos visível, para nos fazer participantes da sua vida divina. E assim, com Ele, inaugurou-se uma nova dimensão do ser, da vida, na qual se integrou também a matéria, e através da qual surge um mundo novo. Mas, este salto de qualidade da história universal que Jesus fez por nós e para nós, concretamente como chega ao ser humano, permeando a sua vida e arrebatando-a para o Alto? Chega a cada um de nós através da fé e do baptismo. De facto, este sacramento é morte e ressurreição, transformação numa vida nova, a ponto de a pessoa baptizada poder afirmar com Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Vivo, mas já não sou eu. De certo modo, é-me tirado o meu eu, para ser integrado num Eu maior; tenho ainda o meu eu, mas transformado e aberto aos outros por meio da minha inserção no Outro: em Cristo adquiro o meu novo espaço de vida. E o que é feito de nós? Responde Paulo: Vós tornastes-vos um em Cristo Jesus (cf. Gal 3, 28).E, mediante o nosso ser cristificado por obra e graça do Espírito de Deus, se vai completando a gestação do Corpo de Cristo na história. Neste momento, apraz-me recuar com o pensamento quinhentos anos atrás, ou seja, aos anos 1506 e sucessivos, quando nestas terras, então visitadas pelos portugueses, se levantou o primeiro reino cristão subsaariano, graças à fé e determinação do rei Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga, que reinou desde o referido ano de 1506 até 1543, ano em que faleceu; o reino permaneceu oficialmente católico nos séculos XVI a XVIII e com embaixador em Roma. Vedes como duas etnias muito diferentes – banta e lusíada – puderam encontrar na religião cristã uma plataforma de entendimento, esforçando-se por que esse entendimento perdurasse e as divergências – que as houve, e graves – não afastassem os dois reinos! De facto, o baptismo faz com que todos os crentes sejam um só em Cristo.
 
 
Hoje cabe a vós, irmãos e irmãs, na senda destes heróicos e santos mensageiros de Deus, oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas. Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se crêem ameaçados; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e até os mais velhos, porque – dizem – são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros (cf. Ef 1, 19-23; 6, 10-12)? Objectam alguns: «Por que motivo não os deixamos em paz? Eles têm a sua verdade; nós, a nossa. Convivamos pacificamente, deixando cada um como é, realizando do melhor modo a sua autenticidade». Mas, se estamos convencidos e temos a experiência de que, sem Cristo, a vida é incompleta, falta uma realidade – e a realidade fundamental –, devemos também estar convencidos de que não fazemos injustiça a ninguém se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, também a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida. Antes, devemos fazê-lo, é obrigação nossa oferecer a todos esta possibilidade de alcançarem a vida eterna.Venerados e amados irmãos e irmãs, digamos-lhes como o povo israelita: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará». Ajudemos a encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina. O Senhor faz-nos seus amigos, entrega-Se a nós, entrega-nos o seu Corpo na Eucaristia, entrega-nos a sua Igreja. E então devemos ser verdadeiramente seus amigos, ter com Ele um só sentir, querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que Ele não quer. O próprio Jesus disse: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15, 14). Seja este o nosso propósito comum: fazermos, todos juntos, a sua santa vontade: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15). Abracemos a sua vontade, como fez São Paulo: «Anunciar o Evangelho (…) é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).
 
 
(Fonte: Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 10:12

Angola sabe que chegou para a África o tempo da esperança. Assim, Bento XVI dirigindo-se às autoridades políticas e diplomáticas, no seu primeiro dia da visita a Luanda, capital angolana, segunda e última etapa de sua viagem à África. O Papa afirmou que o desenvolvimento económico e social da África requer a coordenação do governo nacional com as iniciativas regionais e com as decisões internacionais. Todavia, recordou, os próprios africanos devem ser os agentes primários do seu desenvolvimento.
 
Bento XVI falou ainda da discriminação contra as mulheres, e condenou a "prática inqualificável" da violência e da exploração sexual que causa a elas tantas humilhações e traumas. A Igreja, concluiu, está ao lado dos mais pobres deste continente, e continuará a fazer todo o possível para apoiar as famílias feridas pelos trágicos efeitos da SIDA/AIDS, e promover a igual dignidade de homens e mulheres na base de uma harmoniosa complementaridade.
 
 
(Fonte: H2O News com edição de JPR)
publicado por spedeus às 10:01

A Santa Sé tem acusado certas instâncias internacionais e governos de alinharem em lobbies que envolvem milhões de euros com o objectivo de invadirem a África de preservativos sem o mínimo respeito pelas populações.
 
A opinião pública dominante está furiosa com o Papa, por causa das suas declarações sobre a distribuição de preservativos em África. Disse Bento XVI que “o problema da SIDA/AIDS não se resolve apenas com dinheiro nem com distribuição de preservativos que, pelo contrário, só aumentam os problemas”.

A questão não é nova. A Santa Sé tem acusado certas instâncias internacionais e governos de alinharem em lobbies que envolvem milhões de euros com o objectivo de invadirem a África de preservativos sem o mínimo respeito pelas populações. Uma situação que convém à indústria farmacêutica e cujo negócio compromete grande parte dos governos do Ocidente, como agora se viu pela dimensão dos protestos oficiais.

Esta onda de revolta, alimentada pelos média e opinion-makers esquece, no entanto, a verdade essencial confirmada por quem está no terreno: o preservativo não é a solução para o flagelo da SIDA/AIDS e se o Ocidente quer, de facto, ajudar as populações africanas, que invista na educação para o desenvolvimento e a indústria farmacêutica que invista em novos remédios para a SIDA/AIDS e também para a malária que mata ainda mais do que a SIDA/AIDS.
 

Aura Miguel 

 
(Fonte: site RR)

Nota:

A este excelente artigo, aliás, na linha do que Aura Miguel sempre nos habituou, apenas me permito acrescentar ao rol de doenças que dizimam milhões em África, a cólera, a tuberculose, o dengue, a raiva e a fome que é uma forma de doença de que somos todos co-responsáveis, porque é muito bonita deitar da boca para fora opiniões, mas parafraseando o Apóstolo das Gentes, falta na realidade a muitos dos “bem pensantes” «que pratiquem o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam generosos, capazes de partilhar» (1Tm, 6,18), ou seja, a verdadeira caridade e renúncia.
 
(JPR)
publicado por spedeus às 08:38

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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