«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

31
Mai 10

É perfeitamente compreensível que quem adquiriu um comportamento desregulado ou vicioso tenha propensão para o justificar e até se auto-convença da normalidade do seu procedimento. O que espanta é a superficialidade com que tais procedimentos são olhados por outros como correctos e dignos de apoio legal, em nome da modernidade e do progresso – como se a modernidade implicasse necessariamente avanço civilizacional. A modernidade tanto “cria” progressos como retrocessos: o nazismo e o comunismo já foram muito modernos; e os modernos piersings e o nudismo já foram sinal de selvageria… O aborto oficializado, por exemplo, é um evidente retrocesso em direcção aos recuados tempos do direito de vida e morte sobre os filhos. Lamentamos hodiernamente a crise económica mundial, os danos causados no ambiente pela acção do homem, que muitos temem irremediáveis, o aumento da criminalidade organizada, a difusão do consumo de estupefacientes… E o que são tais crises senão retrocessos? Não só as civilizações avançam, regridem e morrem – sempre, é claro, nos tempos que foram as suas “modernidades” – como, também decorrem progredindo e regredindo simultaneamente, conforme os aspectos considerados. A par dos retrocessos, progredimos, por exemplo, no campo da electrónica ou da medicina…

 

Moderno e desejável não são pois sinónimos. Uma coisa não tem mesmo absolutamente nada a ver com a outra. Há, como sempre houve, inúmeros disparates modernos.

 

Esta entronização acrítica da modernidade – identificada com tudo o que se faz “lá fora”, sobretudo o mais aberrante – não passa da pacovice larvar da nossa índole colectiva, que importaria exorcizar.

 

Indiscutível é, de qualquer modo, que um disparate, antigo ou moderno, nunca pode constituir progresso.

 

Ora, é simples de ver que casamento entre pessoas do mesmo sexo – independentemente de questões de moralidade ou da natureza da homossexualidade – é um rematado disparate.

 

De facto, casamento existe e só existe – e, pois, também o respectivo enquadramento jurídico – porque a proliferação da espécie humana se faz pela junção de macho e fêmea.

 

Se o ser humano se reproduzisse por cissiparidade, como as bactérias, ou por auto-fecundação, como a ténia, alguém se lembraria de inventar um contrato de casamento?

 

Se os seres humanos tivessem todos a mesma conformação anatómica e, pois, para a conservação da espécie, fosse dispensável a união entre indivíduos de sexo distinto, a instituição “casamento” faria algum sentido? Teria sequer surgido?!

 

Em suma e repetindo: o contrato de casamento destina-se a enquadrar juridicamente situações inerentes à procriação. Só esse objectivo o originou e o justifica.

 

Do que evidentemente decorre que incluir nesse enquadramento situações estéreis por própria natureza é um contra-senso. Logicamente tão tolo como oferecer óculos a um cego ou música a um surdo.

 

Será que é também tolice, por inútil, tentar a cura da surdez e cegueira dos nossos governantes com radiações de lógica e bom-senso?

 

(Fonte: blogue ‘O Filosorfico’ AQUI)

publicado por spedeus às 22:15

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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