«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

27
Nov 10

Na homilia antes da entrega do anel aos novos cardeais Bento XVI chamou a atenção para o facto de que já a precedente criação de purpurados tinha sido celebrada na vigília da solenidade de Cristo Rei do Universo, que conclui o ano litúrgico. E precisamente à luz desta antiga festa colocou o ministério papal e o cardinalício, que vai buscar o seu significado no enraizamento na Igreja de Roma.

 

O primeiro serviço do sucessor de Pedro é o da fé. Que contudo não é um sentimento vago ou uma fé qualquer: como Maria e como o bom ladrão, também o Papa e os cardeais devem reconhecer de facto esta singular realeza de Jesus crucificado. E, como eles, estar ao lado da cruz daquele que nela foi elevado para salvar o mundo, em vez de o convidar para descer do patíbulo, não reconhecendo a sua divindade desfigurada porque privada de glória visível: "Zombam dele, mas é também uma forma de se desculpar", explicou com delicadeza subtil Bento XVI.

 

Portanto, o do Papa e dos cardeais é um ministério difícil "porque não se alinha com o modo de pensar dos homens", ressaltou o Bispo de Roma, voltando a falar pela segunda vez, em vinte e quatro horas, da necessidade de pensar e agir segundo a "lógica da Cruz", que nunca é fácil nem prevista e não deve olhar para ideologias ou atormentar-se atrás de determinados pormenores: "Nisto devemos ser compactos, e somo-lo porque não nos une uma ideia, uma estratégia, mas o amor de Cristo e o seu Espírito Santo" expressos pelo sinal esponsal do anel". Atento como sempre aos símbolos, Bento XVI relacionou a imagem da Crucifixão gravada no anel dos cardeais com o vermelho da púrpura. De facto ambos convergem em significar a necessidade de permanecer com Maria ao lado de Jesus, que morre na cruz e dela reina sobre o universo: stat crux dum volvitur orbis. Com a única finalidade de anunciar o seu senhorio: "A primazia de Pedro e dos seus Sucessores - ressaltou - está totalmente ao serviço desta primazia de Jesus Cristo" para que o seu amor venha e transforme a terra.

 

E esta é a finalidade do livro com a entrevista ao Pontífice, que sem razão já se procura assimilar à mentalidade do mundo. "Penso - nela afirma ao contrário Bento XVI - que Deus, escolhendo como Papa um professor, tenha querido ressaltar precisamente este elemento da reflexividade e da luta pela unidade entre fé e razão". Com uma lúcida advertência: "O homem contudo não é capaz de dominar a história a partir das próprias forças". Concluindo que precisamente por isto "precisamos de Cristo que nos reúne numa comunidade, que chamamos Igreja". A qual, a exemplo do seu Senhor, quer ser amiga do homem.

 

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

 

(© L'Osservatore Romano - 27 de Novembro de 2010)

publicado por spedeus às 23:30

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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