«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

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Ago 08
A imigração irregular proveniente da África e a necessidade da solidariedade e de políticas e atitudes responsáveis neste domínio; a figura do Apóstolo Pedro que não compreende as palavras de Jesus ao falar da sua morte na cruz; e uma referência a Cuba que se prepara para comemorar os quatrocentos anos da presença de Nossa Senhora da Caridade do Cobre no país, foram os pontos salientes das palavras proferidas este Domingo, em Castelgandolfo, pelo Papa, por ocasião da Oração Mariana do Angelus.

A imigração irregular proveniente da África com destino à Europa e que se transforma muitas vezes em tragédia na travessia do Mediterrâneo foi abordada hoje pelo Papa. Ao recordar que a travessia de há poucos dias parece ter ultrapassado os precedentes em número de vítimas, Bento XVI frisou que a migração é um fenómeno que remonta aos inícios da história humana e que sempre caracterizou a relação entre os povos, mas hoje transformou-se numa emergência que nos interpela: “Todavia, a emergência em que se transformou nos nossos tempos, interpela-nos, e, enquanto solicita a nossa solidariedade, impõe, ao mesmo tempo, eficazes respostas políticas”. Declarando-se informado das muitas acções que instâncias regionais, nacionais e internacionais estão a levar a cabo no sentido de enfrentar a questão das migrações irregulares, o Papa encorajou estas iniciativas….“A elas vão os meus aplausos e o meu encorajamento a fim de que continuem as suas meritórias acções com sentido de responsabilidade e espírito humanitário”. Sentido de responsabilidade da parte dos países de origem não só porque – disse o Papa – se trata dos seus cidadãos, mas também no sentido de remover as causas da emigração irregular, e de eliminar, pela raiz, todas as formas de criminalidade ligadas às migrações. Aos países europeus como também a outros países meta da imigração, Bento XVI recorda que devem desenvolver de comum acordo iniciativas e estruturas cada vez mais adequadas às necessidades dos migrantes irregulares. Estes últimos – prosseguiu o Papa – devem ser sensibilizados quanto ao valor da própria vida, que representa um bem único, sempre precioso, a deve ser sempre tutelado perante os gravíssimos perigos a que se expõem na procura dum melhoramento das suas condições de vida. Devem ser também sensibilizados quanto ao dever de legalidade que se impõe a todos”.

Enfim, um apelo a todos… o lançado hoje pelo Papa em matéria de imigração irregular…. “Como pai comum sinto o profundo dever de chamar a atenção de todos sobre o problema, e pedir a generosa colaboração de cada um e das instituições para enfrentar a questão e encontrar vias de solução. O Senhor nos acompanhe e torne fecundo os nossos esforços”.

Na alocução antes da oração mariana do Angelus, Bento XVI deteve-se, como dizíamos, na figura do Apóstolo Pedro, recordando que, contrariamente ao Evangelho de Domingo passado em que Pedro via em Jesus o Messias e Filho de Deus, desta vez Pedro parece ter uma fé ainda imatura. Com efeito, quando Jesus declara abertamente o destino que O espera – a morte na Cruz – Pedro protesta dizendo “Deus te livre disto Senhor… isto não há-de acontecer”. Dois modos opostos de pensar – sublinhou o Papa: Pedro na sua lógica humana acha que o Deus não permitirá que o seu Filho morra na Cruz, enquanto que Jesus sabe que deve morrer nessas condições para salvar a humanidade; mas sabe também que ressuscitará. É que a gravidade do mal humano exige este sacrifício para restabelecer o reino de Deus na Terra… “É de facto com a sua morte e Ressurreição que Jesus derrubou o pecado e a morte restabelecendo a senhoria de Deus”. Mas a luta não terminou ainda. O mal existe e resiste em todas as gerações, mesmo nos nossos dias – frisou Bento XVI - esclarecendo em tom interrogativo: “O que são os horrores da guerra, as violências sobre os inocentes, a miséria e a injustiça que afecta os fracos, senão a oposição do mal ao Reino de Deus? E como responder a tanta malvadez senão com a força desarmada do amor que vence o ódio, com a força da vida que não teme a morte? É a mesma misteriosa força de que Jesus se serviu, a custo de não ser compreendido e de ser abandonado por muitos dos seus”.

O Papa concluiu a sua alocução recordando a todos que para levar a cabo a obra da salvação, o Redentor continua a associar a Si à Sua missão homens e mulheres dispostos a tomar a sua cruz e a segui-Lo. Não se trata de uma opção facultativa, mas duma missão que deve ser abraçada por amor. Cristo continua a convidar-nos, também no mundo de hoje, marcado por forças que dividem e destroem, a renegarmos o nosso próprio egoísmo e a segui-Lo, Bento XVI pediu ainda a Nossa Senhora que nos ajude nesta caminhada. Como habitualmente, o Papa saudou os peregrinos presentes e os que o seguem através da rádio e da televisão em diversas línguas.

Falando em espanhol dirigiu uma palavra particular a Cuba… “Saúdo cordialmente os fieis de língua espanhola, em particular os Pastores da querida Nação Cubana, que ontem inauguraram solenemente o triénio preparatório da celebração dos quatrocentos anos da descoberta e da presença da venerada imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre…” O Papa disse recordar nas suas orações todos os amados filhos e filhas daquela Nobre Nação, recomendando-os que sigam o exemplo de Maria Santíssima, que acolham a Palavra de Deus na sua vida quotidiana, que a imitem, que a ponham em prática quotidianamente e que sejam missionários do Evangelho em qualquer circunstância da vida. Nesta interessante caminhada, acompanho-vos com afecto e proximidade espiritual – concluiu o Papa invocando a bênção de Deus para Cuba e os cubanos. “Que Deus bendiga Cuba e todos os cubanos”.


(Fonte: Radio Vaticana)
publicado por spedeus às 17:15

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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