«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

24
Ago 08
Perante o preocupante “crescendo de tensão” que se regista na situação internacional, com uma “progressiva deterioração do clima de confiança e de colaboração entre as nações”, Bento XVI pede que, sem ceder ao pessimismo, se aprofunde “a consciência de estar irmanados num destino comum” e se rejeite a violência, reconhecendo antes “a força moral do direito”: foi nas palavras pronunciadas em Castelgandolfo, ao meio-dia, depois da recitação do Angelus dominical, que o Santo Padre exprimiu a sua preocupação pela crise nas relações internacionais, apontando alguns pontos a manter bem firmes e pedindo orações por esta intenção. O Papa pediu que “se esconjure o regresso a contraposições nacionalistas que noutras épocas históricas produziram consequências tão trágicas”, e que se ponha de lado “a tentação de enfrentar situações novas com velhos sistemas”.

Na alocução antes das Ave Marias, Bento XVI evocou o Evangelho deste domingo, em que Jesus pergunta aos seus discípulos quem dizem as pessoas que ele é, e – depois – o que é que eles próprios dizem a esse propósito. “Em nome de todos, impetuosa e decididamente, Pedro toma a palavra para dizer: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

“Solene profissão de fé que desde então a Igreja continua a repetir. Também nós hoje queremos proclamar com íntima convicção: Sim, Jesus, Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo! Façamo-lo com a consciência de que é Cristo o verdadeiro tesouro pelo qual vale a pena sacrificar tudo:

"é Ele o amigo que nunca nos abandona, porque conhece as mais íntimas expectativas do nosso coração. Jesus é o Filho do Deus vivo, o Messias prometido, que veio à terra para oferecer à humanidade a salvação e para satisfazer a sede de vida e de amor. Como seria vantajoso para a humanidade acolher este anúncio que traz consigo a alegria e a paz!”

O Papa comentou ainda as conhecidas palavras de Jesus e constantes do Evangelho de S. Mateus celebrado na Santa Missa de hoje, em resposta à profissão de fé do primeiro dos Apóstolos: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas dos infernos não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus”. “É a primeira vez que Jesus fala da Igreja, cuja missão corresponde ao grandioso projecto de Deus de reunir em Cristo, numa só família, toda a humanidade”.

“A missão de Pedro, e dos seus sucessores, é precisamente servir esta unidade da única Igreja de Deus formada por judeus e pagãos; o seu indispensável ministério é fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma só nação, uma só cultura, mas que seja a Igreja de todos os povos, para tornar presente entre os homens, marcados por múltiplas divisões e contrastes, a paz de Deus, a unidade de todos os que em Cristo se tornaram irmãs e irmãs: esta a missão particular do Papa, Bispo de Roma e sucessor de Pedro.”

“Perante a enorme responsabilidade desta tarefa”, advertindo “o empenho e importância do serviço à Igreja e ao mundo” que lhe foi confiado, o Papa pede aos fiéis que o apoiem com a oração.

Foi depois da recitação do Angelus, que o Papa evocou o crescendo de tensão na situação internacional:

“Temos que constatar amargamente o risco de uma deterioração progressiva daquele clima de confiança e de colaboração entre as Nações que deveriam precisamente caracterizar as suas relações”.

Adverte-se bem a grande fadiga que a humanidade revela em “formar aquela consciência comum de ser família das Nações” (na expressão de João Paulo II, dirigindo-se à Assembleia geral da ONU).


“Há que aprofundar a consciência de estarmos irmanados num mesmo destino – que em última análise é um destino transcendente – para esconjurar o regresso a contraposições nacionalistas que noutras épocas históricas produziram consequências tão trágicas”.

Bento XVI observou que “os recentes acontecimentos enfraqueceram em muitos a confiança em que tais experiências ficassem definitivamente relegadas no passado”. Em todo o caso, logo acrescentou: “É preciso não ceder ao pessimismo!”

“É preciso antes empenhar-se activamente para que se rejeite a tentação de enfrentar situações novas com velhos sistemas. Há que repudiar a violência! A força moral do direito, negociações em igualdade paritária e transparentes para dirimir as controvérsias, a partir daquelas ligadas à relação entre integridade territorial e autodeterminação dos povos, fidelidade à palavra dada, busca do bem comum:

"eis alguns dos caminhos a percorrer, com tenacidade e criatividade, para construir relações fecundas e sinceras e para assegurar às gerações presentes e futuras tempos de concórdia e de progresso moral e civil!”


(Fonte: Radio Vaticana com pequenas adaptações de JPR)
publicado por spedeus às 15:12

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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