«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9)

27
Mai 09
Temos de exigir que a actividade profissional se adapte à nossa condição feminina, e não ao contrário.
Na luta pela igualdade entre os sexos, nós, as mulheres, assumimos de forma espontânea que os papéis masculinos eram os acertados e dignos de imitação.
 
Escondemos os nossos sentimentos por medo de sermos rotuladas de fracas, tentamos ser frias e competitivas, e exibimos um aspecto varonil. Sacrificamos a nossa alma feminina para em troca sermos aceites no universo masculino, e assim atraiçoamo-nos a nós mesmas, renunciando à feminilidade que nos é consubstancial.
 
Recordemos Concepción Arenal. Em meados do século XIX, assistia às aulas de Direito com roupa de homem, para lograr satisfazer o seu interesse por este curso ou como Clara Campoamor, em 1931, que na luta pelo direito ao voto feminino, renunciou à sua condição de mulher: «Senhores Deputados: eu, antes de ser mulher, sou um cidadão».
 
O feminismo igualitário e a ideologia de género conseguiram fazer que a sociedade incorporasse a ideia de que trabalhar em casa, ser boa esposa e mãe, é atentatório da dignidade da mulher, coisa humilhante, que degrada, escraviza, e a impede de se desenvolver em plenitude. Para ser-se uma mulher moderna, tem de libertar-se do jugo da feminilidade, em especial da maternidade, visto como sinal de repressão e submissão: a ditadura da procriação.
 
Esta ideologia, implantada nas mais altas instâncias políticas, gerou o desprestígio em torno das mulheres que trabalham em casa ou se dedicam aos filhos, e estigmatizando-as, em contraste com aquelas que renunciam à maternidade ou ao cuidado personalizado dos filhos para se «realizarem» profissionalmente, que são tidas como heroínas libertadas e paradigmas da emancipação.
 
Esta inversão de estereótipo, favorecida pela atitude de algumas líderes políticas, distorce a imagem real das mulheres e prejudica a vida familiar, pois favorece a organização laboral como se as obrigações familiares não existissem. 
 
Longe do mundo idealizado das imagens estereotipadas de mulheres hiper-libertadas que exultam na sua pletórica vida profissional, na vida real cruzamo-nos com demasiadas mulheres que, apesar do seu evidente êxito profissional, se sentem pessoalmente frustradas e insatisfeitas, cansadas de imitar os modos de agir masculinos, amarradas a uns papéis que não lhes pertencem e que não encaixam na sua essência mais profunda.
 
Mulheres que demonstraram sobejamente, que são tão capazes como qualquer homem de trabalhar com brilho e eficácia, a quem a sua natureza, rejeitada e reprimida, depois se faz cobrar em forma de depressão, ansiedade e infelicidade.  Chegou o momento de reivindicar que a actividade profissional se tem de adaptar à nossa condição feminina e não ao contrário.
 
O novo feminismo defende um reconhecimento social para o trabalho da mulher, cuja forma de ver a vida e compreender a realidade é um valor inquestionável que deverá reflectir-se numas condições laborais específicas e, portanto, não idênticas às dos homens; com uma especial atenção à maternidade, que, longe de ser opressiva, é, na maioria dos casos, profundamente libertadora, enriquecedora, e torna a mulher um ser mais pleno.
 
Está na hora de reclamar a nossa peculiar «memória histórica», exigindo a devolução da nossa integridade e dignidade femininas, sem as quais nenhuma mulher pode alcançar o equilíbrio pessoal e a felicidade. Porque para a mulher, sê-lo é tudo. E o resto, é apenas isso mesmo.
 
http://www.conoze.com/doc.php?doc=8965
 
 
María Calvo Charro
Professora de Direito Administrativo da Universidade Carlos III
 
 
Agradecimento: “É o Carteiro!”
 
Nota: ligeiras adaptações na tradução da responsabilidade de JPR
publicado por spedeus às 09:17

«Dá "toda" a glória a Deus. - "Espreme" com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma das tuas acções, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu "eu".» São Josemaría Escrivá – Caminho, 784 O ‘Spe Deus’ tem evidentemente um autor que normalmente assina JPR e que caso se justifique poderá assinar com o seu nome próprio, mas como o verdadeiramente importante é Deus na sua forma Trinitária, a Virgem Santíssima, a Igreja Católica e os seus ensinamentos, optou-se pela discrição.
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